(ANSA) - O ex-presidente da Itália Giorgio Napolitano, que estava internado há tempos em uma clínica de Roma, faleceu nesta sexta-feira (22), aos 98 anos.
O estado de saúde do político, que passou por uma cirurgia no abdômen em maio de 2022, se agravou nos últimos dias.
As máquinas que davam apoio à respiração foram desligadas no início desta semana, mas o coração do ex-chefe de Estado continuou batendo por alguns dias.
O exterior da Clínica Salvator Mundi, em Roma, estava lotado de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, mas a família e a unidade de saúde pediu que os profissionais ficassem afastados.
Diversos agentes das forças de ordem também foram convocados para as proximidades do hospital.
Os dois filhos, Giulio e Giovanni, e a mulher, Clio Maria Bittoni, de 89 anos, foram visitá-lo praticamente todos os dias.
O adeus a Giorgio Napolitano será dado no Palazzo Madama, sede do Senado italiano. A expectativa inicial é de que aconteça já no próximo domingo (24). As bandeiras da Casa já estão a meio mastro em sinal de luto.
O Conselho de Ministros do país deve convocar uma reunião para decidir sobre os funerais de Estado. A expectativa é de que, a pedido da família, as cerimônias sejam laicas.
Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por seu sucessor, Sergio Mattarella.
Ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada. Napolitano também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos.
Atualmente, era senador vitalício, cargo a que todos os presidentes eméritos da Itália têm direito.
Trajetória
Natural da capital da região da Campânia, o ex-chefe de Estado se formou em direito em 1947 pela Universidade de Nápoles com uma tese em economia política.
A relação entre Napolitano e o mundo da política teve início em meados de 1945, quando ingressou no Partido Comunista Italiano, onde foi militante e depois dirigente até a criação do Partido Democrático. No entanto, ele já fazia parte de um grupo de jovens antifascistas em 1942.
Após participar ativamente de alguns movimentos voltados para o sul do país, Napolitano foi eleito para a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 1953 e fez parte dela, exceto na quarta legislatura, até 1996, sempre reconfirmado no círculo eleitoral de Nápoles.
As primeiras atividades dele como parlamentar ocorreram no âmbito da Comissão de Orçamento e Participações do Estado, concentrando nos problemas de desenvolvimento do sul e nas questões da política econômica. Já na oitava (a partir de 1981) e nona (até 1986) Legislaturas, Napolitano presidiu um grupo de deputados comunistas.
Nos anos 1980, o ex-presidente também passou a se envolver nos problemas da política internacional e europeia através da Comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara dos Deputados, bem como no desenvolvimento de múltiplas iniciativas políticas e culturais.
No âmbito internacional, Napolitano já desenvolvia desde a década passada uma vasta atividade de conferências e debates em institutos de política internacional do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Alemanha.
Napolitano, que também foi membro do Parlamento Europeu, foi eleito presidente da Câmara em 1992, permanecendo no cargo até a conclusão da legislatura em abril de 1994.
Fora da vida parlamentar, o italiano seguiu na ativa no mundo da política ao assumir o comando do Ministério do Interior e da Coordenação da Proteção Civil no governo de Romano Prodi, onde ficou de 1996 a 1998.
Nos anos 2000, antes de assumir a presidência do Estado, Napolitano chefiou a Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento de Estrasburgo e a Fundação da Câmara. Além disso, foi nomeado senador vitalício em 2005 pelo então mandatário do país, Carlo Azeglio Ciampi.
Menos de um ano depois, em 10 maio de 2006, foi eleito presidente da República com 543 votos, sendo reeleito para o cargo em 2013, com 738 votos. Napolitano renunciou no mês de janeiro de 2015 em virtude de sua idade avançada. (ANSA)
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