(ANSA) - A primeira-ministra Giorgia Meloni e diversas personalidades da política italiana lamentaram nesta sexta-feira (22) a morte do ex-presidente Giorgio Napolitano, aos 98 anos.
Em nome do governo, Meloni expressou suas condolências e dirigiu seus pensamentos aos familiares.
Já o presidente da Itália, Sergio Mattarella, lembrou dos mais altos cargos ocupados por Napolitano, como presidente da Câmara dos Deputados, senador vitalício, presidente da República por dois mandatos", e reforçou que em todos ele "interpretou com fidelidade à Constituição e inteligência aguçada o papel de fiador dos valores da nossa comunidade".
"Dedicado à causa dos trabalhadores, a sua ação no combate à espiral de mortes no trabalho foi inesgotável. Sua morte me entristece profundamente" e "dirijo as condolências de toda a nação à sua família", acrescentou Mattarella.
Por fim, enfatizou que a vida de Napolitano "se reflete grande parte da história da segunda metade do século 20, com seus dramas, sua complexidade, seus objetivos e suas esperanças", além de ter travado batalhas significativas pelo desenvolvimento social, pela paz e pelo progresso da Itália e da Europa.
Já o presidente do Senado Ignazio La Russa, garantiu que "a Itália perde um testemunho extraordinário da nossa história republicana", porque, para Napolitano, "a política, a cultura e as instituições eram vida, paixão, mas também racionalidade e coerência".
Por sua vez, o líder da Câmara, Lorenzo Fontana, reforçou que, com a morte de Napolitano, "desaparece um autêntico servidor do Estado".
A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, publicou no Twitter: “Choro a partida do ex-presidente da República Italiana Giorgio Napolitano. Um imponente estadista italiano, com um forte coração europeu”.
“Foi uma âncora de estabilidade para seu país nos momentos difíceis, profundamente convencido de que uma Europa unida estava no interesse de seus cidadãos”, concluiu a presidente da Comissão Europeia.
O ex-premiê da Itália Mario Draghi também prestou condolências e disse que o ex-mandatário tem sido o protagonista absoluto da história italiana e europeia nos últimos 70 anos e "soube aliar o diálogo com todas as culturas políticas com a capacidade de agir com sabedoria e coragem, para proteger os cidadãos e a Constituição".
Outros políticos, como o vice-premiê e ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini, o chanceler italiano, Antonio Tajani, o ministro de Administração Pública e senador do partido Força Itália, Paolo Zangrillo, e a ministra das Reformas, Elisabetta Casellati, também lamentaram a morte do ex-presidente.
Papa
Em um telegrama enviado à esposa de Napolitano, Clio Bottoni, o religioso enfatizou que a morte do político despertou em si "sentimentos de emoção e ao mesmo tempo de gratidão por este estadista que, no desempenho dos seus altos cargos institucionais, demonstrou grandes qualidades de intelecto e uma paixão sincera pela vida política italiana, bem como um grande interesse pelo destino das nações".
Na mensagem, Francisco enfatizou ainda que guarda "uma grata lembrança dos encontros pessoais" que teve com o ex-presidente italiano.
Segundo o argentino, foi durante estes momentos que ele apreciou "a sua humanidade e visão em fazer escolhas importantes com integridade, especialmente em momentos delicados para a vida de país, com o objetivo constante de promover a unidade e a harmonia num espírito de solidariedade, animado pela procura do bem comum".
Considerado uma das figuras políticas mais respeitadas do país, Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato.
Atualmente, era senador vitalício, cargo a que todos os presidentes eméritos da Itália têm direito. (ANSA).