(ANSA) - O governo da Venezuela e a oposição anunciaram um acordo parcial para a realização das eleições presidenciais no segundo semestre de 2024, informou a televisão estatal VTV.
O tratado foi definido na noite da última terça-feira (17) em Barbados, no Caribe, em uma reunião entre as delegações do governo e do setor de oposição chamado Plataforma Unitária Democrática (PUD), lideradas pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e Gerardo Blyde, respectivamente.
O documento - assinado na presença de representantes da Noruega, país mediador, e da Holanda, Rússia, México, Colômbia e Brasil - é composto por dois acordos parciais, um para "a promoção dos direitos políticos e eleitorais para todos" e outro denominado "interesses vitais da nação".
Considerado histórico pelos especialistas, o acordo diz respeito à promoção de direitos políticos e garantias eleitorais para todos, em conformidade com a Constituição e as leis da República; e a proteção dos interesses vitais da nação, em relação as sanções e ao respeito pela autodeterminação e soberania da Venezuela.
Ambas as delegações reconheceram "o direito de cada partido de escolher livremente os seus próprios candidatos e de poder atuar em todo o território nacional, bem como poder contatar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para estabelecer e acordar sobre as garantias para as próximas eleições".
As partes também concordaram em convidar missões de observação técnica e eleitoral para o pleito, incluindo as da União Europeia (UE), da União Africana, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da ONU e do Carter Center.
Em nome da Noruega, o facilitador Dag Nylander elogiou a vontade demonstrada pelos dois lados nas últimas semanas e garantiu que "é um exemplo do que pode ser alcançado quando todos se unem para o bem-estar do povo".
A reunião de Barbados é, portanto, um passo importante no ciclo de diálogo iniciado no México em 13 de agosto de 2021. No entanto, o acordo não inclui por enquanto a candidata conservadora María Corina Machado, que foi declarada inelegível por 15 anos pelo executivo de Nicolás Maduro.
As últimas pesquisas indicam que a ex-deputada ultrapassaria o candidato chavista nas eleições presidenciais em mais de 40 pontos, o que entra em conflito direto com as aspirações de Maduro, que está determinado a permanecer no poder pelo menos até 2030. (ANSA).