Política

PF faz operação contra rede de espionagem do governo Bolsonaro

Ferramenta ilegal era usada para invadir privacidade de alvos

Fachada da Abin (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Redazione Ansa

(ANSA) - Dois funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram presos nesta sexta-feira (20) no âmbito de uma operação da Polícia Federal (PF) contra um esquema que espionou magistrados, políticos e jornalistas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A Operação Última Milha, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deteve o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki e Rodrigo Colli, funcionário da área de contrainteligência cibernética.

Também foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em Brasília e nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás.

Segundo a investigação da PF, que começou em março passado, a Abin invadiu "milhares de celulares" com uma software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia móvel, o programa FirstMile, comprado da empresa israelense Cognyte.

O programa amazenava os dados em um servidor de Israel, o que representou um "risco de exposição" de ações da inteligência nacional em um país estrangeiro, segundo fontes da Abin.

O contrato foi firmado em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), e foi assinado em 2021, no mandato de Jair Bolsonaro (PL).

Os alvos preferenciais das invasões foram políticos, jornalistas e dirigentes opositores ao governo do ex-presidente Bolsonaro.

Entre 2021 e 2023 a espionagem sem aurorização legal atingiu ao menos 1,3 mil magistrados, jornalistas e políticos opositores ao governo.

O governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a suspensão do uso do equipamento.

O FirstMile "não está mais em uso na Abin desde março de 2023, a agência está em revisão de suas normativas em consonância com o compromiso com o Estado Democrático de Direito", disse a Abin, em nota. (ANSA).
   

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