(ANSA) - Milhares de mulheres e pessoas não binárias organizarão na próxima terça-feira (24) um protesto contra as disparidades salariais e a violência de gênero na Islândia.
A paralisação, que está prevista para durar 24 horas, também contará com a participação da primeira-ministra do país, Katrín Jakobsdóttir. Essa será a primeira greve feminina de 24 horas de duração na Islândia em quase 50 anos.
Entre as pessoas que participarão do movimento estão trabalhadoras da indústria pesqueira, professoras e enfermeiras.
A última greve feminina que durou um dia inteiro na Islândia ocorreu em 1975, quando 90% das islandesas se recusaram a trabalhar em meio ao "kvennafrí" (dia de folga das mulheres), levando a mudanças cruciais, incluindo a primeira mulher eleita presidente de uma nação no mundo.
Embora a Islândia seja considerada uma grande líder global em igualdade de gênero, estudos locais apontam que as mulheres ganham 21% menos que os homens, e mais de 40% já sofreram alguma discriminação.
"Falam-se da Islândia como se fosse um paraíso da igualdade, mas um paraíso não deveria ter uma disparidade salarial de 21% e 40% de mulheres vítimas de violência de gênero durante sua vida. Não é isso que as mulheres em todo o mundo estão buscando", explicou Freyja Steingrímsdóttir, uma das organizadoras da paralisação.
O movimento vem sendo planejado por cerca de 40 organizações diferentes e deverá contar com a participação de pelo menos 25 mil pessoas somente em Reykjavík. (ANSA).