(ANSA) - A Caixa Econômica Federal suspendeu uma exposição de arte em Brasília com obras que traziam críticas ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, e vários ministros de sua gestão. O evento teve bastante repercussão entre políticos e parlamentares.
A exposição O Grito começou em 17 de outubro e seguiría até o 17 de dezembro, mas foi suspensa após questionamentos de parlamentares bolsonaristas, liderados pela deputada Bia Kicis (PL), que pediram punições e protocolaram requerimentos para questionar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros funcionários.
A mostra contava com a obra "Bandeiras", que tem várias flâmulas do Brasil modificadas para fazer referência a assuntos polêmicos. A arte mais controversa tem o Bolsonaro agachado, com um celular na mão, defecando sobre uma bandeira.
Em outra obra estão os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Damares Alves (Família) e o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), dentro de uma lata de lixo com as cores verde e amarelo.
A Caixa justificou o cancelamento da exposição após ter identificado uma "manifestação com viés político" que vai contra as "diretrices" da entidade.
Já a curadora do evento, Silvia Wernek, disse hoje que "o fato da exposição incomodar algumas pessoas é a prova de que a arte cumpre sua função". (ANSA).