(ANSA) - Frente à crise de segurança pública que afeta o Rio de Janeiro, onde milicianos queimaram ônibus e causaram caos nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje (27) que não vai assinar um decreto de Garantia da Lei e a Ordem (GLO) habilitando a intervenção das Forças Armadas no estado.
"Eu não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido, não é esse o papel das Forças Armadas. Enquanto eu for presidente, não tem GLO ", ressaltou.
Durante um encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, ele defendeu que as Forças Armadas atuem no combate ao tráfico de drogas, para atingir o poder econômico das facções do crime organizado.
"Determinei que a Aeronáutica pode reforçar o policiamento dos aeroportos e a Marinha reforçar os portos. Porque nos aeroportos a droga e as coisas que são contrabandeadas são quilos, e nos navios são toneladas, são contêineres de 30, 40 toneladas", disse.
Lula lembrou que se reuniu com o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e os comandantes das Forças Armadas após os ataques das "milícias" na segunda (23) quando foram queimados 35 ônibus e um trem.
"Foi feito um acordo com o ministro da Justiça (Flávio Dino, PSB), o ministro da Defesa (Múcio Monteiro) e o governo do estado (de Rio,Cláudio Castro).Nos vamos a ajudar", prometeu Lula.
Na semana próxima Lula deve ter um outro encontro com a cúpula militar e Monteiro, para definir o plano de ação para Rio.
Parlamentares da oposição defenderam uma intervenção federal em Rio, a qual é rejeitada pelo governador Cláudio Castro (MDB) e o secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli.
Em entrevista dada nesta sexta (27) o governador Castro declarou que ele e sua família são alvos de constantes ameaças de morte e teve de reforçar sua segurança. (ANSA).