Política

Coalizão de Meloni descarta fazer alterações em projeto de Orçamento

Premiê da Itália se reuniu com aliados em Roma

Redazione Ansa

(ANSA) - O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou nesta segunda-feira (30) que a coalizão que apoia o seu governo não apresentará quaisquer alterações ao projeto de Lei Orçamentária para 2024 no Parlamento.

A decisão foi tomada durante reunião no Palácio Chigi, sede do Executivo em Roma, entre Meloni, os vice-premiês Antonio Tajani e Matteo Salvini, o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, e outros membros do governo, após alguns expoentes de direita no governo, como o chanceler italiano, revelarem divergências com as contas.

A aliança é formada pelos partidos ultranacionalistas Irmãos da Itália (FdI), de Meloni, e Liga, de Matteo Salvini, e pelo conservador Força Itália (FI), fundado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, morto em junho passado, e agora liderado por Tajani.

"A reunião demonstrou grande unidade e determinação dos partidos da coligação, o que permitiu a aprovação de orçamentos marcados pela seriedade e solidez das contas públicas apesar do contexto difícil", anunciou um comunicado oficial do governo.

O projeto será enviado hoje ao Parlamento para tramitação antes de 31 de dezembro e as partes acordaram em "não apresentar alterações" e avançar "rapidamente".

Apesar disso, a nota enfatiza que, "embora a coligação governamental não apresente alterações, o governo terá que levar em conta o debate parlamentar [sobre o pacote] e as considerações dos partidos da maioria no poder e da oposição com grande atenção".

No fim de semana, Meloni garantiu que o projeto de lei estava "basicamente concluído" e reforçou que os números globais do pacote de cerca de 28 bilhões de euros não mudaram desde que foi aprovado pelo seu gabinete há duas semanas, embora alguns aspectos do plano tenham sido modificados.

O partido conservador Força Itália (FI), liderado por Tajani, chegou a pedir mais algumas alterações, inclusive em relação aos aluguéis de curto prazo de até 30 dias, cujos impostos supostamente aumentarão de 21% para 26% se os proprietários alugarem várias propriedades.

No entanto, um acordo teria sido alcançado dentro do governo para a criação de um registro nacional de propriedades alugadas desta forma a pedido da legenda.

O projeto de Lei Orçamentária aprovado em 16 de outubro prevê um aumento do déficit orçamental do próximo ano em 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e também foi alvo de críticas por parte da oposição.

"A economia está mostrando sinais de desaceleração e, em vez (de estimulá-la), o orçamento do governo é sem visão, minimalista e incapaz de restaurar o ímpeto", afirmou a líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein.

Para a opositora de Meloni, este "é um orçamento frágil" e torna a Itália fraca no debate sobre o Pacto de Estabilidade". (ANSA).
   

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