(ANSA) - A premiê da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta sexta-feira (3) que o trote telefônico no qual ela expressou opiniões sobre a guerra na Ucrânia está ligado a atividades de "propaganda" do governo da Rússia.
A pegadinha em questão ocorreu em setembro, antes da Assembleia Geral da ONU, mas foi divulgada apenas nesta semana.
Na ocasião, os comediantes russos Vovan (Vladimir Kuznetsov) e Lexus (Alexey Stolyarov), já conhecidos por pregar peças em outros líderes internacionais, se passaram pelo presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, para conseguir entrar em contato com Meloni, que acreditou no trote.
Durante a conversa, a premiê disse que havia "muito cansaço em todas as partes" a respeito da guerra russo-ucraniana e que era necessário encontrar uma "porta de saída aceitável para ambos os lados e sem destruir a lei internacional".
"O telefonema foi veiculado antes de tudo por programas orgânicos da propaganda do Kremlin, e isso deveria gerar uma reflexão em quem está servindo de megafone a esses comediantes", afirmou Meloni em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, em referência às críticas da oposição pelo episódio.
No entanto, ela reconheceu que seu gabinete diplomático foi "superficial" na checagem da identidade do interlocutor. "Esse caso foi administrado com uma falta de cuidado que expôs a nação", admitiu. O episódio provocou a renúncia do conselheiro diplomático da premiê, Francesco Talò.
Sobre o teor da conversa, a primeira-ministra justificou que não falou "nada de novo" ao citar o "cansaço" da opinião pública sobre o conflito na Ucrânia, que causou efeitos colaterais como a disparada dos preços de alimentos e energia.
"Continuamos acreditando na vitória da Ucrânia", assegurou. (ANSA)
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