(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, descartou a possibilidade de uma reforma no Conselho dos Ministros até o fim da legislatura.
A declaração foi dada em entrevista ao livro "Il rancore e la speranza" (O rancor e a esperança, em tradução livre), de Bruno Vespa, que será lançado no próximo dia 8 de novembro pela editora Mondadori-Rai Libri, e faz um retrato da Itália do pós-guerra ao atual governo.
No texto, o jornalista pergunta se ela sente vontade de remodelar o conselho.
"Nunca. Quero bater um novo recorde: terminar a legislatura com o mesmo governo com o qual comecei. Seria a primeira vez na história republicana. [Silvio] Berlusconi ficou no Palazzo Chigi por cinco anos, mas com dois governos diferentes. Realizar uma visão requer tempo. Tenho orgulho de ter o tempo necessário", declarou a premiê.
A resposta também é uma defesa à proposta de reforma constitucional recém-aprovada pelo governo italiano, que prevê eleições diretas para o cargo de primeiro-ministro, para mandatos de cinco anos.
Na mesma entrevista, Meloni diz não ser "chantageável": "Eu não sinto de forma alguma a dimensão do assédio. É a narrativa que é feita sobre mim. Eu sei que existem inimigos dispostos a fazer qualquer coisa para me derrubar, mas eles não me assustam".
"Como eu disse no início do meu mandato, não sou suscetível a chantagem. Mas entendo que isso seja um problema para certos grupos de poder que controlaram a Itália por muito tempo", disse.
Ela também disse considerar ser vítima de "misóginos": "O que me surpreende é a total invenção de brigas com meus aliados de governo. Li citações minhas nas quais insulto [Matteo] Salvini [vice-premiê] que não só nunca foram pronunciadas, mas nem mesmo pensadas. Quando leio trechos na imprensa com Matteo e Antonio Tajani [vice-premiê], ficamos perplexos".
"Entendo que alguns jornais queiram nos tirar do poder: é legítimo, claro. O que não é aceitável e vai contra qualquer ética é atribuir entre aspas coisas que nunca foram ditas ou pensadas", reclamou.
"Há misóginos incorrigíveis. Eles tentam sustentar a tese de que a mente de uma mulher não pode suportar a pressão. Como aqueles legisladores que, até algumas décadas atrás, acreditavam que as mulheres não podiam se tornar magistradas porque, quando estão menstruadas, não pensam com clareza", disse a premiê.
(ANSA).