(ANSA) - O governo italiano pediu nesta terça-feira (14) para os principais sindicatos do país cancelarem a greve agendada para o próximo dia 17 de novembro contra medidas da primeira-ministra Giorgia Meloni.
O apelo foi feito em uma carta do Ministério de Infraestruturas e Transportes da Itália, liderado pelo vice-premiê e ministro Matteo Salvini.
O documento convida os sindicatos envolvidos - Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil) e a União Italiana do trabalho (UIL) - a reverem a sua posição, esperando "respeito pelas regras e bom senso", depois que a autoridade da greve pediu para o protesto ser reagendado.
O órgão de fiscalização da greve do país explicou que a paralisação, em protesto contra o projeto de Lei Orçamentária do governo para 2024, não atendeu aos requisitos para uma greve geral.
Por sua vez, Salvini criticou a greve planejada e ameaçou tomar medidas para limitá-la. No entanto, ambos os sindicatos continuam a avançar com a ideia, embora tenham excluído o setor dos transportes aéreos e limitado a quatro horas a greve dos bombeiros após a intervenção da autoridade.
"Como dissemos à comissão (de greve), achamos equivocada a interpretação de que não se trata de uma greve geral", declarou o líder da Cgil, Maurizio Landini, à Rádio 24, acusando a autoridade de ser "compatível" com as exigências do governo.
Para o secretário da UIL, Pierpaolo Bombardieri, seria "desagradável" se Salvini proibisse ou limitasse ainda mais o protesto, dizendo que isso demonstraria a "vontade política de pôr em causa o direito à greve".
O vice-premiê da Itália, no entanto, reiterou que fará tudo o que puder para evitar que a greve cause perturbações. "Farei tudo o que a lei me permite fazer para permitir o direito de 60 milhões de italianos de irem trabalhar, estudar, para ter acesso aos cuidados de saúde", afirmou Salvini, acrescentando que, "se Landini for ofendido, sinto pena dele, mas continuarei".
Já o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, afirmou que "os sindicatos têm total legitimidade para fazer greve, mas dizer que este é um governo que não zela pelos interesses dos trabalhadores, esta crítica certamente não é: a única parte expansiva do orçamento é exatamente isso".
"Se somarmos 11 bilhões da descontribuição confirmada, 4,6 bilhões de desconto do Irpef (Imposto de Renda de Pessoas Físicas), 5 para renovação de contratos da administração pública, 1,6 bilhões para a borda: chega-se a um valor que é dois terços de todo o orçamento, diretamente às famílias com rendimento médio-baixos e trabalhadores empregados", explicou Giorgetti. (ANSA).
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