Política

Argentina vai às urnas para eleição mais acirrada em 40 anos

Governista Sergio Massa desafia o ultraliberal Javier Milei

Eleição na Argentina opõe Sergio Massa a Javier Milei

Redazione Ansa

(ANSA) - As urnas estão abertas na Argentina para o segundo turno da eleição que definirá o próximo presidente do país.

O peronista de centro-esquerda e atual ministro da Economia, Sergio Massa (União pela Pátria), e o economista ultraliberal Javier Milei (A Liberdade Avança) disputam a sucessão do impopular Alberto Fernández na Casa Rosada, na corrida eleitoral mais tensa e acirrada desde o retorno da democracia no país, há 40 anos.

No primeiro turno, em 22 de outubro, Massa surpreendeu e terminou na frente, com 36,68% dos votos, contra 29,99% de Milei, que havia vencido as primárias de agosto.

As urnas ficam abertas até as 18h, e todas as pesquisas apontam um inédito cenário de empate técnico entre os candidatos. Segundo o chefe da Direção Nacional Eleitoral, Marcos Schiavi, os primeiros resultados provisórios devem ser divulgados por volta de 22h, enquanto o escrutínio definitivo só começará 48 horas depois da conclusão da eleição.

Além dos mais de 35 milhões de eleitores em solo nacional, quase 436 mil argentinos que vivem no exterior também estão habilitados a votar, incluindo 90.382 na Argentina, 85.388 na Espanha, 19.842 no Brasil e 17.356 na Itália.

O vencedor do pleito tomará posse em 10 de dezembro, no aniversário de 40 anos da volta da democracia à Argentina.

Votos

Milei disse estar "tranquilo" com o segundo turno da eleição e que "dias ainda mais importantes do que hoje" aguardam o país.

"Fizemos todos os esforços, apesar da campanha de medo contra nós. Esperamos o resultado tranquilos", declarou o postulante da coalizão A Liberdade Avança, após votar no bairro de Almagro.

Cercado de apoiadores, Milei também afirmou esperar um "resultado claro" e que permita à Argentina ter um presidente eleito "já nesta noite". "Esperamos que haja esperança a partir de amanhã", ressaltou.

Por sua vez, Massa votou na cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires, e convidou os argentinos a "viver esse dia com serenidade, pensando no futuro com esperança".

"É importante termos a capacidade de saber que começamos uma nova era na Argentina, que exige, além de boa vontade, inteligência e capacidade, um diálogo para que nossa pátria tenha um caminho muito mais virtuoso", destacou o postulante da aliança União pela Pátria.

"É importante que as relações da Argentina com todos os países do mundo se desenvolvam em um quadro de maturidade e séria multipolaridade", salientou Massa. 

Ja o presidente Alberto Fernández votou em um colégio em Puerto Madero, bairro nobre de Buenos Aires, e ressaltou a importância de se proteger a democracia.

"Estamos decidindo o nosso futuro", disse o mandatário, acrescentando que não pode expressar opinião sobre os candidatos durante a votação.

"É um dia importante na história de 40 anos da nossa democracia, e todos temos a responsabilidade de protegê-la", afirmou Fernández, que apoia Massa.

Já o ex-presidente Mauricio Macri, eleitor de Milei, declarou que essas são as "eleições da mudança". "Espero que ninguém se resigne a expressar a vocação à esperança", ressaltou o líder conservador ao deixar seu colégio em Palermo, outro bairro nobre da capital argentina.

Macri também contou ter falado com Milei na noite de ontem, assegurando que o ultraliberal está "muito bem e tranquilo".

Afluência

Até o meio-dia, 30% dos eleitores já haviam votado no segundo turno das eleições presidenciais na Argentina.

O número foi divulgado pela Câmara Nacional Eleitoral e mostra um leve crescimento em relação ao primeiro turno, em 22 de outubro, quando a afluência até o mesmo horário foi de 29,6%. (ANSA)

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