Política

Júri de honra analisará críticas de Meloni a ex-premiê da Itália

Anúncio foi feito pelo presidente da Câmara dos Deputados

Redazione Ansa

(ANSA) - A Câmara dos Deputados da Itália vai criar uma comissão especial para analisar se a primeira-ministra Giorgia Meloni mentiu ao atacar seu opositor do Movimento 5 Estrelas (M5S), o ex-premiê Giuseppe Conte, no último dia 13 de dezembro.

"Tomei uma decisão há poucos dias. Será tomada. Giorgio Mulè vai presidi-la e espero que a questão possa ser resolvida", anunciou o presidente da Câmara dos Deputados, Lorenzo Fontana, durante uma reunião com membros da assembleia parlamentar em Roma.

O júri de honra está previsto no artigo 58 do regimento da Câmara e prevê que, "durante um debate, se um deputado for acusado de fatos que prejudicam sua reputação, poderá solicitar ao presidente da casa a nomeação de uma comissão para julgar a validade da acusação".

Esta será a segunda vez desde o início da legislatura da Itália que o júri honorário é constituído.

No último dia 13 de dezembro, Meloni acusou o governo liderado por Conte de ter dado o seu consentimento ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), em janeiro de 2021, contra a opinião do Parlamento, sem avisar os italianos, sob o manto da escuridão".

Na ocasião, ela mostrou um "fax" no qual o então ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, autorizou a reforma do mecanismo com uma assinatura colocada no dia seguinte ao fim do governo Conte.

O documento era datado de 20 de janeiro de 2020, quando o ex-premiê estava em funções apenas para assuntos da atualidade, já que o governo havia renunciado e não poderia tomar tal atitude.

Para Meloni, "essa folha demonstra a própria falta de seriedade de um governo que antes de arrumar as caixas deixou esse pacote para o próximo governo".

Por sua vez, Conte refutou as acusações e declarou ter pedido a "criação de um júri de honra e de uma comissão responsável por apurar as mentiras e a conduta maliciosa de Giorgia Meloni que prejudicou a honra de um único deputado". Após o anúncio de Fontana, o ex-premiê da Itália afirmou que esta foi "uma escolha zelosa e apreciável". (ANSA).
   

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