(ANSA) - A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, citou o episódio da saudação fascista em um evento oficial na Itália no último domingo (7) ao dizer que “o Ocidente apoia Kiev também porque na Ucrânia chegaram ao poder os neonazistas, tão amados e acariciados nos países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”.
A declaração foi dada através do Telegram, segundo a agência oficial de notícias russa Tass.
Participantes de uma cerimônia de lembrança pelos assassinatos de dois militantes de direita durante os “Anos de Chumbo” de violência política na Itália, entre as décadas de 70 e 80, causaram controvérsia ao usar a “saudação romana”, cumprimento apropriado e popularizado por fascistas e nazistas.
O evento em Roma foi para recordar o massacre “Acca Larentia”, quando dois membros da ala jovem da sigla neofascista Movimento Social Italiano (MSI), Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta, de 13 e 17 anos de idade respectivamente, foram mortos a tiros, supostamente por militantes de extrema-esquerda, fora da sede do partido na capital italiana.
Um terceiro integrante, Stefano Recchioni, de 19 anos, também morreu vítima de uma bala perdida durante confrontos em protestos dessa ala jovem, “Fronte della Gioventù” (Frente da Juventude, em português) após as mortes.
“Como visto nos vídeos que deram a volta ao mundo, a ação de 7 de janeiro, na qual os participantes vestidos com camisas marrons e pretas levantam as mãos na chamada saudação romana, foi cuidadosamente planejada", acrescentou Maria Zakharova.
Ela disse ainda que o presidente do Senado italiano, Ignazio La Russa, tentou justificar o caso: "Observou que a Corte de Cassação italiana deveria esclarecer em quais circunstâncias tal 'saudação' é um gesto político que expressa adesão a uma ideologia e em quais circunstâncias é um gesto privado".
A porta-voz de Moscou afirmou então que "o Ocidente odeia a Rússia por sua posição de princípio, que envolve a rejeição do neonazismo em todas as suas formas, qualquer tentativa de reescrever os eventos do passado e a preservação da autêntica memória histórica".
"Estão se vingando exatamente disso, conduzindo, com as mãos do regime de Kiev, uma guerra híbrida contra nosso país", concluiu. (ANSA).