(ANSA) - Por Paolo Cappelleri - Um endurecimento das sanções contra a Rússia: é nessa direção que vai o G7, que se reunirá no sábado (24) pela primeira vez sob a presidência italiana, no segundo aniversário da guerra na Ucrânia.
Também se discutirá sobre as crises no Oriente Médio e no Mar Vermelho, mas Kiev é o foco na agenda.
E, como há um ano, na reunião por videoconferência, o presidente Volodymyr Zelensky se conectará para uma intervenção antes da conversa entre Giorgia Meloni, os líderes dos outros seis Estados e os do Poder Executivo e do Conselho da UE.
Uma discussão que, explicam fontes diplomáticas, também abordará a morte de Alexei Navalny e sua "interpretação", e se encerrará com uma declaração conjunta destinada a combater a "falsa narrativa do Ocidente cansado” sobre os efeitos do conflito.
Para a primeira-ministra, garantem os seguidores de Giorgia Meloni, é condenável a morte na prisão de um homem culpado apenas de se opor ao regime de Vladimir Putin e pedir liberdade e democracia. Enquanto cresce a polêmica sobre as declarações do vice-premiê Matteo Salvini, de que os médicos e juízes esclarecerão o fim do opositor russo.
A linha do governo, explicam, é expressa pelo ministro das Relações Exteriores Antonio Tajani, segundo o qual se aquela morte "não foi diretamente provocada, foi de forma indireta".
O que vem de Moscou é então descartado como propaganda, incluindo as palavras doces de Vladimir Putin sobre a Itália. Até porque, em geral, observam fontes diplomáticas, qualquer regime que elimine fisicamente um opositor mostra um sinal de fraqueza.
E nesta situação, também coloca uma questão de segurança o assassinato na Espanha do piloto russo Maksim Kuzminov, que desertou para a Ucrânia no verão passado.
Para as principais chancelarias europeias, é hora de enviar um forte sinal de apoio a Volodymyr Zelensky, até mesmo com viagens a Kiev, mantidas em segredo até o último momento, sendo um palco de guerra.
Em Roma, está sendo definido o acordo com a Ucrânia sobre garantias de segurança, alinhado com os assinados pela França e Alemanha.
Enquanto isso, Meloni se prepara para presidir sua primeira cúpula do G7, que tem como objetivo "colocar os pontos nos is", enquanto a ofensiva russa avança em direção a Zaporizhzhia.
O apoio a Kiev, inclusive militar, será garantido "enquanto necessário", com a UE acabando de estabelecer um compromisso de pelo menos 21 bilhões em 2024 e Joe Biden comprometido em convencer o Congresso dos EUA a aprovar um pacote ainda mais substancial.
Paralelamente, o G7 visa prejudicar Moscou através do que é conhecido no jargão diplomático como o “poder da bolsa”.
Será discutido um endurecimento do sistema de sanções, principalmente para tentar fechar os canais de financiamento de entrada para a Rússia e os fluxos de fornecimento de energia de saída para terceiros países.
Crucial é o tráfego de petróleo russo através de uma frota sombra de petroleiros, a ser combatido - destacam fontes diplomáticas - sancionando as entidades financeiras e bancárias dos países que contribuem para esse comércio.
Paralelamente, continua a reflexão, ainda em fase preliminar, sobre a possibilidade de usar fundos soberanos já confiscados pelo Banco Central russo depositados em alguns países, uma dinâmica que encontra obstáculos jurídicos e financeiros.
Na mesa da cúpula também está a crise no Oriente Médio. Três prioridades: a libertação de reféns, um cessar-fogo e o pós-Gaza.
(ANSA).