(ANSA) - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chamou de "exército de Deus" os milhares de manifestantes que lotam a Avenida Paulista, em São Paulo, para demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por suspeita de tramar um golpe contra Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não tem como não se emocionar tendo o exército de Deus nas ruas, tendo o exército de homens e mulheres patriotas que não desistem de sua nação", afirmou Michelle, que é evangélica neopentecostal.
"Aqui fica meu agradecimento a cada um de vocês por saírem de suas casas e da zona de conforto para dizer que o Brasil é do senhor e para dizer que nós somos um povo que defende valores cristãos", acrescentou a ex-primeira-dama, que ainda disse que "não misturar religião com política" abriu caminho para o "mal".
"E agora chegou a hora da libertação", garantiu.
Os manifestantes evitaram levar faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a suposta trama golpista para impedir a volta de Lula ao poder.
Conforme constatado pela ANSA no local, os militantes bolsonaristas também não estão entoando coros de caráter antidemocrático, ao contrário do que havia ocorrido nas concentrações diante de quartéis após as eleições de 2022.
O próprio Bolsonaro, que teve o passaporte apreendido no âmbito do inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe, havia pedido para que os manifestantes não levassem faixas "contra quem quer que seja".
Por outro lado, há uma grande presença na Avenida Paulista de bandeiras de Israel, movimento impulsionado pelas falas recentes de Lula, que acusou o país de perpetrar um genocídio contra palestinos e comparou a guerra em Gaza com o massacre contra judeus promovido por Adolf Hitler.
O tema Israel é especialmente caro ao eleitorado evangélico neopentecostal, uma das principais bases de apoio de Bolsonaro.
A manifestação também ocorre sob forte calor, e diversas pessoas passaram mal e tiveram de ser socorridas pela polícia.
O ex-presidente chegou acompanhado do senador e ex-astronauta Marcos Pontes. Também estão presentes os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas; Minas Gerais, Romeu Zema; Goiás, Ronaldo Caiado; e Santa Catarina, Jorginho Mello. (ANSA)
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