(ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, denunciou nesta sexta-feira (8) o assédio persistente e a discriminação contra as mulheres durante uma cerimônia no Palácio Quirinale, em Roma, por ocasião do "Dia Internacional da Mulher".
"O assédio, a pressão inaceitável no mundo do trabalho, a discriminação são denunciados há anos e ainda são frequentes", declarou o líder italiano, acrescentando que é importante "não esquecer a violência".
"Como podemos deixar de lembrar as vítimas de tantos feminicídios, inclusive nos últimos dias?", questionou Mattarella fazendo referência a estudante de engenharia biomédica Giulia Cecchettin, de 22 anos, que foi assassinada por seu ex-namorado Filippo Turetta em 11 de novembro de 2023, em um caso que chocou a nação.
Mattarella destacou que, apesar de já ter dito muitas vez, "é necessária uma intervenção cultural profunda para garantir que todos adquiram um sentido autêntico da relação entre homem e mulher. "A arte é um motor eficaz para a educação e a transmissão dos valores da vida", acrescentou.
Segundo ele, "é por isso que hoje prestamos homenagem e expressamos nossa gratidão ao protagonismo artístico das mulheres".
"Infelizmente, na arte como em tantos outros campos, para se expressarem e realizarem o seu potencial, as mulheres tiveram que fazer um esforço extra, um compromisso extra, para suportar um fardo quase oculto e inexplicável na sua atividade", lembrou.
Mattarella destacou que é "como se lhes fossem exigidas obrigações adicionais e elas tivessem que passar continuamente por exames e julgamentos mais rigorosos".
De acordo com o chefe de Estado italiano, "este fenômeno infelizmente conhecido tem as suas raízes em preconceitos e estereótipos sobre as mulheres que continuam a ressurgir mesmo em sociedades que se consideram mais avançadas". (ANSA).