(ANSA) - O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse neste domingo (31) que a Rússia mostra "sinais de fraqueza" no conflito com a Ucrânia.
Apesar disso, o chanceler italiano destacou que o presidente russo, Vladimir Putin, nunca deve ser subestimado, após ele ter ameaçado atacar bases de F-16.
"No entanto, parece-me uma forma de desviar a atenção do ataque em Moscou, que foi uma grave violação da segurança e um sinal de fraqueza", enfatizou ele em entrevista publicada no jornal "Messaggero".
"Estamos perto de um conflito armado com a Rússia? Acho que não", acrescentou Tajani.
O vice-premiê da Itália explicou que é preciso "ter cuidado com o uso da linguagem de guerra", mas um coisa é claro: "Não estamos em guerra com a Rússia e não enviaremos soldados para lutar na Ucrânia".
"O mesmo vale para a missão naval no Mar Vermelho contra os Houthis, que tem um objetivo defensivo, e com o conflito entre Israel e o Hamas. Em todos os lugares, a Itália trabalha pela paz", destacou.
Segundo Tajani, "a Itália fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar Kiev". "Juntamente com os nossos aliados enviaremos munições, veremos se um nono pacote de ajuda será necessário. Na Europa, estamos a trabalhar para transferir receitas de juros de ativos russos congelados para os ucranianos".
Em relação aos mísseis de longo alcance solicitados por Kiev, o vice-premiê esclareceu que "não temos esses mísseis, mas é legítimo entregar armas para que a Ucrânia possa defender-se, mas sem impactar o território russo".
Já sobre a guerra no Oriente Médio, Tajani disse esperar "que o governo israelense pare o ataque a Rafah", lembrando que "a resolução de trégua votada pela ONU é um passo importante" e "devemos trabalhar para um cessar-fogo imediato". "O Hamas deve primeiro libertar os reféns".
Por fim, Tajani explicou que "não é possível" retomar o financiamento para a agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos (Unrwa) até que as investigações internacionais sejam encerradas" sobre o suposto envolvimento de trabalhadores no ato de terrorismo.
Rússia
Mais cedo, Putin assinou um decreto sobre o recrutamento obrigatório nas forças armadas para o período de abril a julho.
A medida diz respeito a todos os cidadãos do país com idades entre 18 e 30 anos que não estejam na reserva e que estejam sujeitos ao recrutamento militar, segundo a agência Tass.
Ao todo serão 147 mil recrutas, que serão selecionados e provavelmente enviados para lutar na Ucrânia no verão. A dispensa também é concedida aos militares que completaram o serviço militar.
De acordo com dados oficiais, 130 mil estavam inscritos por um ano no outono passado. (ANSA).