Milhares de cidadãos equatorianos apoiaram as novas medidas de segurança propostas pelo presidente Daniel Noboa no referendo e consulta popular realizados no último domingo (21).
De acordo com a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamant, uma grande maioria dos eleitores votou a favor da extradição de pessoas ligadas ao crime organizado.
O "sim" venceu com 65% dos votos em nove das 11 questões colocadas - cinco das quais pretendiam alterar a Constituição-, como as ligadas ao domínio da segurança, o papel das forças armadas na luta contra o crime organizado, o aumento das penas para crimes graves.
Já o "não" obteve 35% da preferência e prevaleceu nas perguntas relativas ao contrato de trabalho por hora e à arbitragem internacional.
O resultado representa uma vitória para Noboa, que comemorou o "triunfo" depois da incerteza decorrente da eclosão de uma grave crise energética e pelo repúdio internacional após a invasão da embaixada mexicana em Quito.
"Defendemos o país, agora teremos mais ferramentas para combater o crime e restaurar a paz às famílias equatorianas", publicou ele em sua conta no Facebook.
A proposta apresentada pelo presidente do Equador visa reformar a segurança, justiça, investimentos e emprego, além de abrir caminho para a extradição de cidadãos equatorianos ligados ao crime organizado, principalmente para os Estados Unidos. A medida é particularmente temida pelos traficantes de droga.
O Equador, assolado pelo tráfico de drogas e pela corrupção, tornou-se a principal plataforma de exportação de cocaína produzida na Colômbia e Peru, e enfrenta uma grave crise de segurança causada por gangues criminosas desde meados de janeiro.
Durante a votação, inclusive, fortes tensões foram registradas depois que o diretor de uma prisão em Manabi foi morto por homens armados, enquanto os militares reprimiram uma tentativa de motim com alguns presos feridos na penitenciária de Los Ríos.
Ao todo, o referendo e a consulta popular contaram com uma participação de 72% dos 13,6 milhões de equatorianos que foram convocados às urnas. (ANSA).