Política

Itália recebe G7 em meio a avanço da extrema direita na Europa

Cúpula começa nesta quinta em Borgo Egnazia, na Puglia

Redazione Ansa

Poucos dias após as eleições europeias marcarem o avanço da extrema direita no Parlamento Europeu, apesar de manter os centristas na liderança, a Itália recebe, entre os próximos dias 13 e 15, abr/brasil/noticias/politica/2024/06/12/lula-vai-ao-g7-na-italia-com-foco-na-cupula-do-g20-no-rio_3713671b-5a24-4039-a82a-1d4657b9554d.html"> cúpula do G7, que reunirá os líderes do grupo das principais potências industriais globais.
    Os chefes de Estado e governo de Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e União Europeia se encontrarão em Borgo Egnazia, Valle d'Itria, na Puglia, no sudeste do país liderado pela primeira-ministra de direita Giorgia Meloni, cujo partido Irmãos da Itália (FdI) saiu vitorioso no pleito para renovar as 720 cadeiras do braço legislativo do principal bloco econômico do mundo.
    Em entrevista à ANSA, o professor Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (IREL/UnB), explicou que o avanço da extrema direita no mundo, bem como a democracia, estão entre os temas que devem ser debatidos, principalmente porque quem preside a cúpula é a Itália, que é liderada por uma premiê mais de direita radical.
    Segundo ele, os líderes vão colocar na mesa a segurança internacional, como as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, a qual devem reafirmar o apoio europeu ao país comandado por Volodymyr Zelensky, embora algumas nações da União Europeia tenham voltado recentemente a comprar energia da Rússia.
    Além disso, "os Estados Unidos vão tentar aumentar a pressão sobre a China" na tentativa de conquistar o apoio do G7 contra Pequim. Um ponto de atenção, de acordo com Goulart Menezes, é que esta pode ser a última participação do presidente Joe Biden na cúpula, tendo em vista que as eleições presidenciais norte-americanas estão marcadas para o próximo dia 5 de novembro.
    Ao assumir a presidência rotativa do G7, o governo italiano já havia reiterado que as guerras em Gaza e na Ucrânia, as relações com o "Sul global", África e as migrações, além da ligação entre a Inteligência Artificial e a democracia seriam os principais assuntos de discussão dos líderes.
    O docente de marketing político da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Roberto Gondo, acredita também que a tensão na Europa por causa das manifestações pelo avanço da extrema direita pode pautar o debate.
    "Não vai ser uma reunião simples, porque nós estamos vivendo um momento de plena tensão, apesar de haver um crescimento coeso das economias principais do G7", explicou ele à ANSA.
    Gondo acrescentou que outros pontos que inevitavelmente serão discutidos, por influência da Organização das Nações Unidas, são a situação na Faixa de Gaza, o posicionamento bélico de Israel, inclusive por ignorar os pedidos e solicitações da ONU em relação ao conselho humanitário.
    De acordo com o professor da UPM, tudo ainda fica mais complicado por causa da Rússia, que não está dentro do G7, mas gera uma pressão, principalmente por sua relação com a China.
    A expectativa é de que os líderes do G7 façam um apelo para que a China pare de "consentir e apoiar" as ações da Rússia na guerra contra a Ucrânia. O país comandado por Xi Jinping é acusado de fornecer tecnologias e componentes a Moscou, que também deve ser alertado sobre suas ameaças nucleares "irresponsáveis".
    Por fim, Gondo, assim como Goulart Menezes, destaca que a cúpula do G7 acontece em um ano particularmente "sensível da situação geopolítica", tendo em vista que é um "ano eleitoral nos Estados Unidos".
    Segundo ele, o cenário eleitoral "frágil" dentro de uma megapotência provoca uma incerteza, "porque você nunca sabe aonde se estabelece a ideia do conceito de poder de veto norte-americano". (ANSA).
   

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