(ANSA) - A Prefeitura de br/brasil/noticias/cultura/2023/08/10/milao-e-a-capital-da-leitura-da-italia-pelo-11-ano-seguido_5f44fca2-7714-4745-9aec-040f2221dcf1.html" target="_blank" rel="noopener">Milão aprovou nesta sexta-feira (27) um recurso contra a intitulação do Aeroporto de Malpensa, um dos mais movimentados da Itália, com o nome do ex-premiê Silvio Berlusconi, morto em 12 de junho de 2023, aos 86 anos.
A ação será promovida em colaboração com outras prefeituras nos arredores do aeroporto e deve ser protocolada no Tribunal Administrativo Regional da Lombardia na semana que vem.
"Confirmo que nos associamos ao recurso com outros municípios", declarou o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, de centro-esquerda.
A Prefeitura da capital lombarda alega que o acréscimo de "Berlusconi" à denominação Milão-Malpensa é "ilegítimo" porque o uso do nome da cidade dessa maneira "não foi autorizado" pelo município.
"A administração municipal é proprietária dos direitos exclusivos da denominação 'Milão', que só pode ser concedida a terceiros sob autorização prévia", diz um comunicado oficial.
A nota também informa que a Prefeitura não foi informada antecipadamente da mudança, assim como os municípios de Cardano al Campo, Samarate e Somma Lombardo, onde fica o aeroporto.
A mudança de nome foi determinada em julho passado, por decisão do ministro da Infraestrutura e dos Transportes e vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, líder do partido nacionalista Liga e amigo de longa data de Berlusconi. A legenda fundada pelo ex-premiê, o Força Itália (FI), é um dos pilares do governo de Giorgia Meloni.
Partidos progressistas, no entanto, sempre foram contra a medida pelo fato de Berlusconi ter sido um personagem controverso e que carregava uma condenação definitiva por fraude fiscal, além de inúmeros problemas com a Justiça.
O recurso de Milão foi criticado por Barbara Berlusconi, filha mais nova do ex-primeiro-ministro. "É uma tentativa [de Sala] de desviar a atenção de suas dificuldades", disse a empresária à ANSA, acrescentando que seu pai "amava" a capital lombarda.
"Entendo que o prefeito tente se colocar como líder nacional antes do fim de seu mandato, ainda que com iniciativas de propaganda ideológica. No entanto, acredito que seria melhor ele se concentrar mais nos problemas reais dos milaneses", afirmou.
A intitulação de Malpensa com o nome de Berlusconi também ignora uma norma que obriga os municípios a esperar 10 anos para rebatizar um local em homenagem a uma pessoa falecida. (ANSA).