(ANSA) - A leucemia mielomonocítica crônica que atingiu o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, morto aos 86 anos, não está classificada entre as formas mais graves da doença e pode ser tratada com um tipo de quimioterapia que atua no DNA.
De acordo com o hematologista Claudio Cerchione, presidente da Sociedade de Oncologia Hematológica da Itália (Soho), as leucemias crônicas não são tão graves quanto as formas agudas.
"Isso significa que nem sempre é necessário intervir imediatamente, já que em muitos casos é possível manter a doença em observação sem intervenção farmacológica imediata", explicou Cerchione em entrevista à ANSA, acrescentando que é necessária muita atenção quando há uma espécie de "explosão" da doença.
O especialista disse que a leucemia mielomonocítica crônica tem como característica o aumento da produção de glóbulos brancos. O tratamento precisa ser feito a partir do momento que a alta quantidade de células cancerígenas bloqueia a formação de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
Cerchione afirmou que o tratamento da doença é feito através de uma quimioterapia de "última geração" que atua diretamente no DNA do paciente.
"O medicamento quimioterápico restaura o bom funcionamento do DNA, permitindo que a medula óssea retome a produção normal de células sanguíneas, suprimindo a ação das cancerígenas", comentou o hematologista.
O tratamento mencionado por Cerchione é crucial para "estabilizar" a doença, ou seja, impedir que ela evolua de crônica para a condição aguda.
Em relação ao transplante de medula óssea, considerado um tipo de tratamento mais decisivo, o especialista explicou que o processo é indicado apenas para pacientes "em bom estado geral e com menos de 65 anos". (ANSA).