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Itália recupera 66º corpo de migrante morto em naufrágio

Velório de vítimas começa nesta terça em Crotone

Redazione Ansa

(ANSA) - As autoridades italianas recuperaram mais três corpos no mar da costa de Cutro, na região da Calábria, nesta terça-feira (28), elevando para 66 o número confirmado de vítimas de um naufrágio ocorrido no último dia 26.

Conforme as informações oficiais, trata-se de dois homens que estavam na altura da praia de Steccato, onde ocorreu o incidente, e de uma criança de cinco ou seis anos.

Ainda não se sabe o número exato de pessoas que estavam no barco, mas estima-se que eram entre 180 e 250 migrantes vindos da Síria, Afeganistão, Iraque e Irã. Com isso, pode haver ainda cerca de 100 pessoas desaparecidas, já que 80 foram resgatadas com vida.

A Prefeitura de Cutro confirmou que os voos de helicóptero para tentar individualizar mais corpos e os mergulhos de equipes especializadas foram retomados na manhã de hoje e serão mantidos enquanto o tempo permitir.

As autoridades locais também abriram o velório público para as vítimas do naufrágio, que será realizado em um estádio esportivo de Crotone, capital da província onde fica Cutro.

Até o momento, três pessoas foram presas por serem supostamente os traficantes de pessoas responsáveis pela embarcação. Eles foram resgatados no mar no dia da tragédia e presos enquanto recebiam atendimento em um centro de acolhimento de solicitantes de asilo.

O naufrágio em Cutro é um dos maiores já registrados na Itália desde outubro de 2013, quando 360 pessoas morreram em um incidente próximo à ilha de Lampedusa.

Dessa vez, a embarcação havia partido da costa da Turquia, em uma rota pelo Mediterrâneo Central que não é monitorada pelas ONGs de ajuda humanitária e que não estava mais sendo usada com frequência. A maior parte das embarcações que chegam ou tentam chegar à Itália partem da Líbia e do Líbano.

Mas, conforme um relatório apresentado nesta terça-feira no Parlamento italiano pela Inteligência do país, está ocorrendo um "aumento de fluxos migratórios" saindo de portos turcos com destino às costas da Calábria, Puglia e Sicília nos últimos meses. Esses grupos estariam sendo traficados por "organizações curdas e paquistanesas" que atuam na Turquia.

Segundo dados das Nações Unidas, mais de 26 mil pessoas já morreram na perigosa travessia do Mediterrâneo Central desde 2013, sendo que o número é subestimado já que leva em consideração apenas os desaparecimentos denunciados por alguém ou os corpos encontrados. (ANSA).
   

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