(ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, se reuniu nesta terça-feira (14) com seu homólogo queniano, William Ruto, em Nairóbi, e informou que debateu temas de relevância atualmente em seu país, como as mudanças climáticas e a gestão de fluxos migratórios.
Na coletiva pós-encontro, Mattarella afirmou que já se veem "sinais alarmantes" dos efeitos das alterações no clima, como a estiagem prolongada na Itália e o mesmo problema em vários países africanos, e que por isso "exorto a todos a proceder com decisões sobre a estrada dos provimentos" para lutar contra isso.
Segundo o chefe de Estado italiano, a questão da seca contínua também afeta as migrações.
"Esse é um tema que está criando dificuldades enormes. A seca cria uma crise alimentar que força novos fenômenos migratórios. Nós também estamos vivendo a estiagem na Europa e há uma condição geral no mundo que nos leva a uma consciência real. Está no programa de governo o comprometimento contra as mudanças climáticas e a Itália alerta há tempos sobre a exigência de um empenho sério e concreto. Nos dói que alguns países queiram adiar o problema para um segundo tempo - que não existe", pontuou o mandatário.
Mattarella cobrou que a Itália e a União Europeia "intensifiquem" as relações com o Quênia, considerado um "pilar da estabilidade no continente africano".
"O nível de colaboração com o Quênia é exemplar e é um modelo que pode ser replicado por todos os lugares. Os problemas comuns são enfrentáveis de maneira eficaz com um módulo de cooperação. Buscamos uma relação de colaboração com os países de origens dos fluxos [migratórios], mas sabemos que, por conta da dimensão histórica e crescente do fenômeno, não é possível enfrentar sozinho, mas só com uma lúcida e bem organizada ação europeia que enfrente o problema com uma ação sistêmica", acrescentou.
Por sua vez, Ruto ressaltou que o encontro proporcionou "discussões produtivas" e que elas "consolidam" as boas relações bilaterais.
"A Itália é um parceiro válido do Quênia e nós decidimos aprofundar e expandir ainda mais as relações. Também no plano dos investimentos bilaterais e nós, de fato, assinamos mais dois acordos para um novo quadro nas relações bilaterais", destacou, ressaltando que as duas nações começaram a debater a abolição das "barreiras fiscais". (ANSA).