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Battisti diz que foi atacado por agentes em prisão na Itália

Ex-terrorista fez acusação formal em tribunal de Reggio Emilia

Battisti está detido na Itália

Redazione Ansa

(ANSA) - O ex-terrorista italiano Cesare Battisti escreveu uma carta, datada de 7 de março, para denunciar ao Tribunal de Vigilância de Reggio Emilia que foi agredido por agentes da penitenciária de Parma.

"No dia 2 de março de 2023, por volta das 8 horas da manhã, um subchefe de plantão com ar atrevido e ameaçador, apoiado por um enxame de agentes de impressionante destreza física, invadiu minha cela na prisão de Parma. A vontade do suboficial em querer provocar reações precipitadas, me agredindo verbal e fisicamente, ficou imediatamente evidente", detalhou.

No documento manuscrito de três páginas, Battisti afirma que foi submetido a um "tratamento selvagem" por parte de alguns guardas prisionais, no que deve ter parecido "uma operação de busca", e que teria sido impedido de se manifestar "porque foi metralhado por intimidação e ameaças, intenções temperadas com proibições arbitrárias".

"Mas o golpe no coração teria ocorrido apenas no final da noite, quando era hora de ligar o PC, que havia sido manipulado por mãos inexperientes, ou propositalmente, causando sérios danos à máquina, tornando-a inutilizável", argumentou Battisti.

O ex-terrorista reforçou ainda "o trauma de perceber o [estado de] seu objeto e ferramenta de trabalho indispensável, não só para o natural desenvolvimento profissional, como redator e editor de 'Artistas dentro', mas representa para ele o único meio de manter um equilíbrio psíquico em tais circunstâncias adversas".

Por sua vez, as autoridades do presídio de Parma informaram que, pelo que foi apurado, "não existem violências de qualquer tipo ou danos a bens pessoais ou a PC" de Battisti.

"Acreditamos que a denúncia ao Tribunal de Vigilância de Reggio Emilia apresentada por Cesare Battisti, detido na prisão de Parma, que alegadamente se queixa de 'agressão física e verbal' e danos ao computador e outros pertences pessoais, resulta de uma iniciativa puramente instrumental e relacionada com a intolerância às regras prisionais, que preveem também as buscas ordinárias", rebateu Gennarino De Fazio, secretário-geral da polícia penitenciária de Uilpa.

Battisti foi condenado em contumácia e passou quase 40 anos foragido, boa parte desse tempo vivendo no Brasil. Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer ordenou sua extradição para a Itália, mas o ex-terrorista fugiu para a Bolívia. Em 2019, porém, foi finalmente enviado para a Itália, onde já passou por diversos presídios.

O italiano pertencia ao grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi condenado a pena de prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. (ANSA).
   

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