(ANSA) - Milhares de pessoas foram às ruas em Milão neste sábado (18) para protestar contra as medidas do governo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, para restringir os direitos dos pais homossexuais.
Batizada de "Tirem as mãos de nossos filhos e filhas", a manifestação acontece na Piazza della Scala, em frente à sede da prefeitura de Milão, e foi convocada pelas associações LGBTQIA+.
A cidade no norte da Itália estava registrando crianças nascidas no exterior filhas de genitores homossexuais e que foram geradas por meios de reprodução medicamente assistidas. No entanto, precisou interromper a prática nesta semana, após, de acordo com a prefeitura, o Ministério do Interior do governo Meloni enviar uma carta na qual insiste que este tipo de decisão deve ser tomada pelos tribunais.
Desta forma, o registro só é permitido agora quando for feita uma "adoção tradicional".
Durante o protesto, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, que a princípio havia dito que não participaria do ato, apareceu surpreendentemente na praça. "Estou sempre com vocês, estou desde o primeiro momento", declarou ele.
A mobilização também conta com a presença de Elly Schlein, secretária do Partido Democrático (PD), maior legenda de esquerda do país, além da líder do PD no Senado, Simona Malpezzi, e do secretário de cultura de Milão, Tommaso Sacchi.
"É uma praça bonita que clama e pede direitos. Milão fez a sua parte", disse Sacchi, em referência aos 10 mil manifestantes que saíram às ruas.
No encontro na Piazza della Scala todos os participantes foram convidados a levar canetas esferográficas para serem erguidas no ar durante um flashmob para pedir direitos a todos, principalmente para os filhos de casais do mesmo sexo.
As canetas "representam as assinaturas que não podem mais ser feitas", explicou o fundador do "I Sentinelli" Luca Paladini, enfatizando que todos têm "um problema enorme representado por esse governo".
Nesta semana, um comitê do Senado da Itália votou contra o plano da União Europeia para obrigar os Estados-membros a reconhecer os direitos dos pais homossexuais concedidos em outros países do bloco e voltou a provocar polêmica. (ANSA).