(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou neste sábado (18) que Moscou deveria retirar as tropas da Ucrânia, para favorecer a paz, após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir uma ordem de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra.
"Acredito que, como primeira reação, Putin deveria retirar as tropas russas da Ucrânia, seria a coisa mais justa que favoreceria a paz e seria um sinal positivo para todos", afirmou o chanceler italiano.
Ontem, o TPI em Haia apresentou um mandado de prisão contra Putin e a comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, por ambos serem responsáveis "pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia".
"Os crimes de guerra devem sempre e em qualquer caso ser processados pela justiça. Os fatos devem ser sempre apurados e os responsáveis, após julgamento, devem ser condenados sobretudo quando crimes de guerra são cometidos contra crianças que sempre devem ser protegidas ainda mais que os adultos porque não têm possibilidade de se defender como poderiam e gostariam", concluiu Tajani.
Hoje, o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, disse à CNN que acredita que o presidente russo pode ser julgado por supostos crimes de guerra, apesar de Moscou alegar que não está sujeito às decisões da Corte.
Khan relembrou os julgamentos históricos de criminosos de guerra nazistas do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic e do ex-líder Charles Taylor como exemplos de figuras aparentemente intocáveis que enfrentaram a justiça. "Eles eram todos indivíduos poderosos, mas são encontrados em tribunais", disse ele.
Enquanto isso, Putin chegou à Crimeia para comemorar o nono aniversário da anexação da península à Rússia, informou a Interfax, alegando que as fotos que mostram ele caminhando acompanhado pelo governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, entre outros funcionários, também estão disponíveis no canal Telegram da emissora de televisão Rossiya 1. (ANSA).