Política

Não podemos esperar parados por outro naufrágio, diz Meloni

Premiê italiana fez comunicações em vista do Conselho UE

Meloni fez comunicação ao Parlamento italiano

Redazione Ansa

(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, fez a tradicional comunicação do governo ao Parlamento antes da próxima reunião do Conselho Europeu, que ocorre entre 23 e 24 de março, e destacou que o tema das migrações será o pilar italiano dos debates.

Citando a tragédia ocorrida em Cutro, no dia 26 de fevereiro, onde ao menos 87 pessoas morreram - e estima-se que entre 30 e 40 ainda estejam desaparecidas -, a premiê afirmou que não se pode "esperar parados por outro naufrágio".

"Após a desgraça de Cutro, escrevi para a presidente da Comissão Europeia, ao presidente do Conselho Europeu e ao Conselho da Europa para reforçar que não podemos esperar por outra. Não podemos esperar parados o próximo naufrágio, perigo que existe pelas viagens organizadas por traficantes sem escrúpulos. As fronteiras da Itália são as fronteiras da Europa", disse aos parlamentares.

Meloni ainda afirmou que a Itália conseguiu fazer com que o tema ocupasse "grande parte do conselho extraordinário de fevereiro" e que todos estão perante "uma emergência que está se tornando estrutural". A líder do governo italiano voltou a cobrar que a UE responda de "maneira eficiente e rápida" essa crise.

A premiê voltou a criticar as ONGs que atuam no resgate de cerca de 10% dos estrangeiros que chegam à Itália por meio do Mar Mediterrâneo e que foram alvo de um decreto do governo limitando o trabalho delas. Para Meloni, "os países de bandeira dos barcos da ONGs deveriam assumir as responsabilidades que o direito do mar dá a elas".

"Quero reforçar: antes de qualquer hipotético direito a imigrar, todo ser humano tem o direito de não ser obrigado a migrar em busca de uma vida melhor", acrescentou ainda.

Ucrânia

Meloni reforçou a posição italiana de apoio a Ucrânia na guerra iniciada pela Rússia.

"No plano geopolítico e diplomático, as pressões sobre Moscou são fundamentais para assegurar o respeito ao direito internacional e, ainda mais, para criar as condições para um percurso de negociações para atingir a uma paz justa, condição que até agora nunca amadureceu, mas que ainda perseguimos com tenacidade a cada dia", pontuou.

UE

A Comissão Europeia "está trabalhando com a Itália" sobre a questão migratória "para uma melhor integração dos migrantes no setor de trabalho e nos sistemas de educação e instrução digital", disse o diretor-geral da DG Reform do órgão, Mario Nava, à ANSA.

O representante ainda afirmou que a Itália "pediu ajuda" do programa da UE sobre assistência técnica e para as reformas sobre os desafios do "aumento no fluxo de migrantes".(ANSA).
   

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