(ANSA) - Depois da sessão no Senado, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22) para apresentar as posições do governo no próximo Conselho Europeu e rejeitou as críticas da oposição de que as ações tomadas por ela tenham causado mais mortes de migrantes no Mar Mediterrâneo.
"Dizer que em frente a esse enorme esforço estamos deixando as crianças morrerem no Mediterrâneo é uma calúnia não só contra o governo, mas contra o Estado italiano, contra os homens e mulheres das forças de segurança. Ou vocês estão dizendo que esses homens das forças de ordem não querem salvar crianças por ordens do governo?", respondeu Meloni a uma das críticas da oposição.
O governo de direita, liderado por ela, impôs um novo decreto para controlar o trabalho das ONGs humanitárias no mar - sendo que esses grupos resgatam cerca de 10% de todas as pessoas que tentam chegar ao território europeu - e também mudou as regras para o desembarque dos resgatados.
No entanto, as críticas ficaram mais pesadas após a tragédia ocorrida em Cutro, no dia 26 de fevereiro, quando ao menos 87 pessoas, sendo quase a metade menores de idade, morreram após o naufrágio da embarcação. Outras 80 foram salvas e estima-se que há ainda entre 30 e 40 desaparecidos.
Segundo Meloni, a Itália "foi deixada sozinha a fazer esse trabalho [de resgate] até, às vezes, fora de suas fronteiras" marítimas e que o país "não será o campo de refugiados da Europa".
Apesar da reclamação de Meloni, cerca de 11% das pessoas que chegam pelo mar permanecem na Itália, sendo que a imensa maioria busca países do norte europeu, como Alemanha e França.
Assim como ocorreu no Senado, o documento com as posições do governo deve ser aprovado sem dificuldades, já que a coalizão tem a maioria na Casa. Além disso, no trecho que aborda a ajuda irrestrita à Ucrânia na guerra da Rússia, há o apoio de grande parte da oposição. (ANSA).