(ANSA) - Uma nova onda de ataques informáticos cometidos por um grupo hacker russo chamado "noname057(16)" está ocorrendo nesta quarta-feira (22) na Itália, informa a Polícia Postal do país.
Entre os alvos, estão os portais de diversos ministérios, da Câmara dos Deputados, sites de governos regionais e de autoridades e agências do setor de transporte.
O grupo criminoso cita em seu canal no Telegram que é o autor do ataque, além de informar dados de 20 militares ucranianos treinados na Itália para usar o sistema antimíssil Samp-T e trechos do discurso feito pela premiê Giorgia Meloni ao Parlamento nesta terça-feira (21).
Assim como os últimos ataques registrados, eles são do tipo DDoS (Distributed Denial of Service), que fazem com que os sites fiquem inacessíveis por um excesso de pedidos de acesso. Segundo as autoridades, os hackers ironizam a ação colocando um urso saudando o símbolo da República Italiana e uma mensagem para o diretor da Agência para Cibersegurança Nacional, Bruno Frattasi: "Frattasi, we're coming".
A Itália vem registrando um número cada vez maior de ações hackers desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado. De acordo com dados da própria Polícia Postal, o aumento foi de 136% na comparação com 2021.
"Preocupa que nessas últimas semanas estejamos observando mais um crescimento de alguns 'botnets' de criação recente e que podem ser usados por grupos pró-Rússia nos ataques. A concomitância desses eventos não pode ser subavaliada. Alguns 'botnets' estão crescendo em ritmo preocupante", destaca o especialista em cibersegurança, Pierluigi Paganini, à ANSA.
Os "botnets" são grupos de máquinas comprometidas e sob controle de um ator que pode utilizá-los para fazer várias atividades criminosas, incluindo os ataques DDoS.
Por volta das 18h (hora italiana), a Agência para Cibersegurança Nacional da Itália informou que todos os sites oficiais que estavam sendo alvos de um ataque hacker foram retomados.
Ainda conforme a entidade, a atuação colaborativa dos órgãos italianos foi fundamental para “mitigar os danos”.(ANSA).