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Itália aprova PL para proibir produção e venda de comidas sintéticas

Decreto veta consumo tanto para humanos como animais

Redazione Ansa

(ANSA) - O governo da Itália aprovou nesta terça-feira (28) um projeto de lei para proibir a produção e comercialização de alimentos e rações sintéticas, com o objetivo de salvaguardar o patrimônio agroalimentar do país.

Durante coletiva de imprensa após o Conselho de Ministros, o ministro de Agricultura e Soberania Alimentar, Francesco Lollobrigida, explicou que "existe o risco de injustiça social com alimentos sintéticos, em uma sociedade onde os ricos comem bem e os pobres não".

"Não há uma atitude persecutória, mas um forte desejo de proteger. Há mais risco de desemprego e queremos proteger a saúde pública", acrescentou ele, lembrando que, "em nossa opinião, produtos de laboratório não garantem qualidade, bem-estar e proteção de nossa cultura, nossa tradição".

De acordo com Lollobrigida, "é uma lei baseada no princípio da precaução porque hoje não existem estudos científicos sobre os efeitos dos alimentos sintéticos". "Reafirmamos o mais alto nível de proteção da saúde dos cidadãos e a salvaguarda do patrimônio da nossa nação e da nossa cultura agroalimentar que se baseia na dieta mediterrânea", concluiu.

No texto estão vetados os produtos para consumo humano ou animal que sejam "constituídos, isolados ou produzidos a partir de culturas celulares ou tecidos derivados de animais vertebrados para o emprego na preparação de alimentos, bebidas ou rações".

Além da produção e comercialização interna, também será proibido exportar ou importar e distribuir os itens. Agora, o projeto precisa ser aprovado pelo Parlamento.

As sanções para quem desrespeitar as regras variam entre 10 mil e 60 mil euros (cerca de R$ 56,1 mil a R$ 336,6 mil), além do confisco do material.

Desde que assumiu o Executivo, o governo de Giorgia Meloni declarou "guerra" à comida sintética. O próprio Lollobrigida, em novembro, lançou uma pesquisa formal para investigar os efeitos dos alimentos desse tipo na saúde humana.

Em dezembro, a premiê afirmou que considera os alimentos sintéticos como uma ameaça à tradição agrícola italiana e que seu governo "pretende combater em todas as instâncias a comida artificial" Após a aprovação do projeto de lei, Meloni celebrou a decisão durante um flash mob da Confederação-Geral dos Cultivadores Diretos (Coldiretti) em frente ao Palazzo Chigi, sede do governo em Roma.

"Não poderíamos deixar de celebrar com os nossos agricultores uma disposição que coloca a Itália na vanguarda, não só na questão da defesa da excelência, um assunto que é particularmente importante para nós, mas também na questão da defesa do consumidor", declarou a premiê.

Segundo Meloni, a defesa dos consumidores se dá também pela "certeza do que se consome e, digo mais, também pela tentativa de evitar o risco de que algumas escolhas feitas amanhã possam se traduzir em uma discriminação entre quem pode ter mais e quem pode ter menos".

"Ligamo-nos ao fato de cada cidadão que aqui come, que come na pátria da excelência, poder ter as mesmas oportunidades de consumir alimentos cuja origem, composição e, no nosso caso, sabe exatamente a grandeza", concluiu ela. (ANSA).
   

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