(ANSA) - Os carabineiros italianos prenderam nesta quinta-feira (13) a italiana Laura Bonafede por suposto favorecimento e proteção ao chefe mafioso da Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro, preso em janeiro deste ano.
Segundo a investigação, Bonafede era filha de um outro líder de clã mafioso de Campobello di Mazara, Leonardo Bonafede, e teria sido casada "por anos" com Messina Denaro. Mesmo após o fim do casamento, ela se manteve na rede de cúmplices que protegeram o criminoso procurado há quase 30 anos pelas autoridades.
A italiana já era investigada por sua atuação próxima a Messina Denaro e foi "imortalizada" em uma das imagens da obtidas pela polícia conversando com o então fugitivo dentro de um supermercado local dois dias antes da prisão dele.
Ela ainda teria sido a responsável por todo um esquema de proteção para evitar que o mafioso contraísse Covid-19 durante o período mais agudo da pandemia e a pessoa que criou um código de linguagem para não ser descoberta pelas autoridades, aos quais chamava de "inimigos".
Laura, que atuou por anos como professora, é prima de Alberto Bonafede, que também está preso e que emprestou sua identidade para que Messina Denaro pudesse fazer um tratamento contra o câncer e tomar as vacinas anti-Covid. Também é prima de outros suspeitos de proteção ao criminoso.
Ainda conforme o juiz que decretou a prisão, Alfredo Montalto, a decisão da detenção vem por conta das próprias anotações do fugitivo encontradas pelos policiais nos três covis já conhecidos utilizados pelo mafioso na cidade de Campobello di Mazara.
"O cuidado quase maníaco do fugitivo em suas anotações sobre qualquer acontecimento em sua vida, na manutenção de diários e cadernos em que transcrevia comentários, não pode deixar dúvidas da existência de outros materiais ainda não encontrados sobre as atividades criminosas de Messina Denaro escondidos em outros covis ainda não achados, mas que já temos algumas pistas", disse o juiz. (ANSA).