(ANSA) - A Rússia acusou a Ucrânia de fazer um ataque com dois drones na sede do poder político do país, o Kremlin, entre a noite desta terça-feira (2) e a madrugada desta quarta-feira (3). Os equipamentos foram destruídos por sistemas eletrônicos de defesa aérea, mas alguns fragmentos caíram na área do complexo presidencial.
Além da notícia ter sido repercutida pela mídia oficial de Moscou, o site de oposição Meduza também reproduziu um vídeo - que circulou nas redes sociais - que mostra uma bola de fogo no céu acima do Kremlin e depois fumaça dentro dos muros.
O porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov, afirmou que o líder do país, Vladimir Putin, não estava no prédio na hora da ação e ainda acusou Kiev de fazer um "ataque terrorista" para matar o mandatário.
Pouco depois, o principal conselheiro da Presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, disse que "naturalmente, a Ucrânia não tem nada a ver com os ataques com os drones no Kremlin" e que eles são um pretexto para aumentar as ações militares do país.
"Sobre esses drones, é tudo previsível. A Rússia está claramente preparando um ataque terrorista de larga escala. A Ucrânia faz uma guerra exclusivamente defensiva e não ataca objetivos no território da Federação Russa porque não resolve nenhum problema militar e ainda forneceria para Moscou motivos para justificar seus ataques aos civis", pontuou ainda.
Já à noite no país, Zelensky se manifestou pela primeira vez sobre o caso, durante uma visita à Finlândia, e disse que "nós não atacamos nem Putin, nem Moscou, e estamos em nosso território defendendo as nossas cidades e vilas".
"Não temos armas suficientes para poder fazer isso. Não atacamos Putin, vamos deixá-lo para os tribunais", pontuou.
Aliados dos ucranianos, os Estados Unidos também se manifestaram por meio do secretário de Estado, Antony Blinken, que ressaltou que soube das notícias "mas não podemos confirmar nada e é preciso ver tudo o que vem de Moscou com uma pinça".
Mesmo sem saber a autoria da ação, essa é a primeira vez desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, que um "ataque" ocorre tão próximo ao poder russo. A chegada dos drones no Kremlin também mostra falhas na proteção aérea da capital em um momento bastante tenso, com a aproximação da tradicional parada militar do dia 9 de maio, que celebra a vitória contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. (ANSA).