(ANSA) - O rei Charles III, 74 anos, foi coroado neste sábado (6) com a coroa de St. Edward, em uma cerimônia histórica na Abadia de Westminster, em Londres, com a presença de líderes mundiais, incluindo o presidente da Itália, Sergio Mattarella.
O monarca assumiu o trono do Reino Unido em setembro do ano passado, após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, que até então havia sido a última a ser coroada, em 1953.
Na cerimônia, a esposa de Charles, Camilla Parker-Bowles, também foi coroada - ela tem o título de rainha consorte e recebeu relíquias, como o anel de consorte e a coroa da rainha Mary, de 1911, com três diamantes.
Durante a coroação do rei, uma saudação de 62 tiros foi disparada na Torre de Londres, além de salvas de tiros no Horse Guards Parade e em mais de 10 outros lugares do país. "Estou aqui para servir, não para ser servido", disse ele.
Diversos chefes de Estado e governo, incluindo o premiê do Reino Unido, Rishi Sunak, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realezas estrangeiras, ministros britânicos e membros da família real britânica participaram da festividade, que teve início com a procissão.
No início da cerimônia, Charles III foi apresentado aos súditos, que gritaram "God Save King Charles" ("Deus salve rei Charles", em português), fez os juramentos de Coroação e da Declaração de Adesão com a mão sobre a bíblia, concebeu sua assinatura e rezou.
O monarca se comprometeu a defender a lei e a Igreja da Inglaterra e declarou-se um "fiel protestante". "Eu, Charles, solene e sinceramente na presença de Deus, professo, testifico e declaro que sou um fiel protestante e que irei, de acordo com a verdadeira intenção das leis que garantem a sucessão protestante ao trono, defender e manter as referidas promulgações com o melhor de meus poderes de acordo com a lei", afirmou o rei.
Na sequência, o arcebispo de Canterbury ,Justin Welby, conduziu a celebração com uma reza e Sunak leu uma passagem da Bíblia - a Epístola aos Colossenses. Já o momento da coroação ocorreu com a unção, quando o arcebispo derramou o óleo e ungiu as mãos, peito e cabeça de Charles III.
O rei também vestiu a supertúnica e foi apresentado a alguns itens, como o Cetro do Soberano com Cruz e o Orbe do Soberano.
Por fim, ele se direcionou ao Trono, simbolicamente tomando posse do reino, e recebeu uma homenagem de seu filho mais velho, o príncipe William, primeiro na linha de sucessão.
O príncipe Harry, por sua vez, ficou sentado na terceira fileira de convidados. Sua esposa, Meghan Markle não participou do evento.
Após o término da formalidade, que também contou com uma cruz de prata que contém fragmentos da "Verdadeira Cruz" - usada para crucificar Jesus Cristo -, segundo o Vaticano, Charles III e Camilla seguiram para o cortejo de retorno da Abadia de Westminster ao Palácio de Buckingham.
Agora, a celebração continuará com um concerto de coroação no próximo domingo (7), com shows de diversos artistas, incluindo o tenor italiano Andrea Bocelli.
Manifestação -
Mais cedo, o líder do grupo antimonarquista britânico "Republic", Graham Smith, foi preso no centro de Londres, onde realizou um protesto a caminho da procissão de coroação de Charles III, informou a imprensa local.
Cinco outros manifestantes, que apareceram com uma bandeira amarela com os dizeres "Not My King" (não é meu rei), foram detidos também.
O Republic expressou planos de se manifestar no centro de Londres de qualquer maneira, apesar dos avisos de que a Scotland Yard teria uma "baixa tolerância" contra protestos anti-coroação.
Reações -
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, celebrou a coroação do rei Charles III e afirmou que agora a relação de seu país com o Reino Unido se fortalecerá ainda mais.
Em uma publicação no Facebook, Meloni explicou que "o antigo mosaico cosmatesco da Abadia de Westminster da Abadia de Westminster, onde hoje foi colocado o trono para a coroação do rei Charles III, foi magistralmente criado por artesãos italianos há cerca de oito séculos".
"Hoje ainda está lá para surpreender o mundo e para contar a história da cooperação histórica e frutífera entre a Itália e o Reino Unido, que temos certeza que com o rei Carlos III - que ontem novamente lembrou de seu amor pela Itália - fortalecerá ainda mais, como já começamos a fazer com o primeiro-ministro Rishi Sunak", acrescentou.
Por fim, a premiê italiana desejou os "melhores votos ao rei Charles III, à rainha Camilla e a todo o povo britânico". (ANSA).