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Acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia é prorrogado em 2 meses

Com pacto, navios poderão navegar em segurança no Mar Negro

Navios deixam portos ucranianos e param para inspeção na Turquia

Redazione Ansa

(ANSA) - O acordo que permite a passagem de grãos ucranianos pelo Mar Negro, em área controlada pela Rússia, foi prorrogado em mais dois meses, anunciou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nesta quarta-feira (17). O turco atuou na intermediação entre as partes assim como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Após a divulgação do líder de Ancara, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova, confirmou a prorrogação, mas criticou que as "disparidades" dos benefícios devem ser "corrigidas da maneira mais veloz possível".

Desde que o acordo foi assinado pela primeira vez, em julho de 2022, os russos sempre reclamaram que nunca foi respeitada a aplicação das revogações para exportações de cereais e fertilizantes nacionais.

A informação também foi confirmada pelo vice-premiê-ucraniano, Oleksandr Kubrakov, que ressaltou "que o mundo continuará a receber produtos nossos graças aos esforços dos nossos parceiros - Turquia e ONU".

"Acolhemos favoravelmente o seguimento do trabalho da iniciativa, mas destacamos que ele deve funcionar eficazmente. Para isso, é preciso eliminar os problemas que a Rússia está criando há vários meses. Esperamos que os parceiros façam o melhor para fazer com que o acordo funcione e que a Rússia pare de usar a comida como arma e como chantagem", pontuou.

Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, celebrou a prorrogação, dizendo que essa "é uma boa notícia para o mundo" e que espera que as questões pendentes sejam resolvidas rapidamente para chegar a um "acordo global para melhorar, ampliar e estender" a iniciativa.

Conforme dados ucranianos, mais de 30,4 milhões de toneladas de produtos agrícolas do país foram enviados dos portos alvos do acordo - Odessa, Chernomorsk e Yuzhny. No entanto, Kiev diz que, desde abril, Moscou vem atrapalhando a liberação das embarcações e, em maio, chegou a bloquear algumas delas sem dar motivos.

Como parte do acordo, os navios que deixam a Ucrânia precisam parar em portos da Turquia, onde passam por uma inspeção conjunta de membros de todas as partes - Kiev, Moscou, Ancara e ONU - antes de seguirem para o destino final. Ainda conforme os ucranianos, já são quase 70 embarcações aguardando liberação em portos turcos. (ANSA).
   

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