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Empresa sabia desde 2010 sobre risco de queda de ponte na Itália

Desabamento provocou 43 mortes em agosto de 2018

Desabamento de ponte em Gênova matou 43 pessoas em 2018

Redazione Ansa

(ANSA) - A antiga concessionária da Ponte Morandi, cujo desabamento matou 43 pessoas em agosto de 2018, na cidade italiana de Gênova, sabia desde 2010 sobre o risco de queda da estrutura.

É o que revela o depoimento de Gianni Mion, ex-conselheiro da Autostrade per I'Italia (Aspi), que detinha a concessão da via, no processo contra 59 pessoas acusadas de responsabilidade pela tragédia.

"Emergiu que a ponte tinha um defeito de projeto e que criava perplexidade entre os técnicos sobre o fato de que continuasse de pé", disse Mion, referindo-se a uma reunião ocorrida em 2010, oito anos antes do desastre.

"Perguntei se havia alguém para certificar a segurança, e Riccardo Mollo me respondeu: 'Nós mesmos a certificamos'. Não falei nada e me preocupei. Não fiz nada, e é meu grande arrependimento", declarou Mion, que também era CEO da holding da família Benetton, ex-controladora da Aspi.

Riccardo Mollo era diretor-geral da concessionária, e a reunião também contou com o então CEO Giovanni Castellucci e outros dirigentes, gestores e técnicos.

"Após aquela reunião, deveria ter feito barulho, mas não o fiz. Talvez porque eu me importava com meu cargo. Foi assim, ninguém fez nada, e lamento muito", acrescentou Mion.

Após o depoimento, Egle Possetti, presidente do comitê de parentes das vítimas, afirmou que o executivo não podia ter ficado quieto. "É inaceitável, nunca haverá justiça. Esperamos apenas que alguém pague e sirva de exemplo para que situações do gênero não se repitam na Itália", afirmou.

A Ponte Morandi havia sido inaugurada em 1967 e consistia em uma estrutura estaiada, mas com as vias suspensas por tirantes de concreto, e não de aço, como é mais comum.

Uma perícia divulgada em dezembro de 2020 concluiu que o desabamento foi provocado pela corrosão em um dos cabos de sustentação. O relatório aponta que o desastre poderia ter sido evitado se "os controles e manutenções tivessem sido feitos corretamente". (ANSA)

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