(ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (5) que o principal desafio do país no conflito com a Rússia atualmente é a proteção das centrais nucleares.
"Já discutimos o assunto com o comandante da Aeronáutica, o ministro do Interior, o chefe e o diretor-geral da Energoatom [empresa que administra as quatro centrais nucleares ucranianas], e o chefe do serviço de guarda de fronteira", disse Zelensky em mensagem divulgada no Telegram.
Por outro lado, Moscou afirmou que o risco de "uma sabotagem do regime de Kiev" à central nuclear de Zaporizhzhia, controlada por forças russas, continua "muito alto" e que, se concretizada, a ação teria "consequências catastróficas".
Em meio ao conflito de versões, a Agência Internacional de Energia Atômica pediu acesso mais amplo à central para "confirmar a ausência de minas e explosivos".
A Ucrânia lançou um apelo à comunidade internacional para que adote ações imediatas para enfrentar os riscos. "A Rússia mobilizou equipes militares e instalou reforços em pelo menos três reatores, colocando explosivos na planta. O mundo deve agir imediatamente", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, através do Twitter.
Na mesma rede social, o conselheiro especial da presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, questionou: "Digamos a verdade.
Existe uma segurança nuclear global? Infelizmente, é um fingimento tanto quanto o direito internacional em geral. A Rússia está anulando os pilares fundamentais da ordem mundial moderna, infringindo tanto as leis quanto os tratados de proibição nuclear".
Diante da troca de acusações, o Ministério da Saúde ucraniano voltou a divulgar orientações aos cidadãos sobre o que fazer em caso de eventuais incidentes nucleares.
Em 24 horas, a Ucrânia registrou 60 bombardeios a 12 áreas na região de Zaporizhzhia. Segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform, a administração militar regional informou que esses ataques não vitimaram pessoas, mas causaram ampla destruição. (ANSA).