(ANSA) - Um tribunal do Egito condenou nesta terça-feira (18) o pesquisador egípcio Patrick Zaki, estudante da Universidade de Bolonha, na Itália, a três anos de prisão, em um processo acompanhado de perto pela diplomacia de Roma e por organizações de direitos humanos.
A sentença emitida pelo Tribunal de Mansura foi revelada à imprensa pela equipe de defesa de Zaki, que foi levado pela polícia em meio aos gritos de sua mãe e de sua namorada. "Meu Deus, o tomaram de mim, o tomaram de mim", disse a genitora ao ver seu filho ser preso novamente.
Dois diplomatas italianos acompanharam o julgamento, bem como representantes do Canadá, dos Estados Unidos, da Suíça e da União Europeia.
"Pediremos ao governador militar que anule a sentença ou refaça o processo", declarou Hoda Nasrallah, advogada de Zaki.
Como o pesquisador já passou um ano e 10 meses em prisão preventiva, ele terá de descontar mais um ano e dois meses de reclusão.
Ainda assim, o braço italiano da ONG Anistia Internacional definiu a condenação como "pior cenário possível". Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, prometeu "empenho para obter uma solução positiva para o caso". "Ainda temos confiança", disse.
Zaki foi detido em 8 de fevereiro de 2020, após voltar ao Egito para um período de férias, sob a acusação de "propaganda subversiva", e respondia em liberdade desde dezembro de 2021.
Além da Universidade de Bolonha, uma das mais prestigiosas da Itália, ele é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos.
O estudante é acusado de publicar "notícias falsas" para "perturbar a paz social" e de ter "incitado protestos contra as autoridades públicas". Recentemente, Zaki se tornou doutor em estudos de gênero com nota máxima na Universidade de Bolonha, defendendo sua tese por videoconferência.
O caso ganhou bastante destaque no país europeu também por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016.
Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político. O Ministério Público de Roma já denunciou quatro agentes dos serviços secretos do Egito pela morte do pesquisador, mas o processo está parado porque os acusados não foram encontrados para receber a notificação. (ANSA)
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