(ANSA) - O ativista Patrick Zaki, pesquisador da Universidade de Bolonha e recém-libertado no Egito, recusou um voo de Estado para retornar à Itália.
Condenado a três anos de prisão por publicar "notícias falsas" para "perturbar a paz social" e "incitar protestos contra as autoridades públicas", Zaki, 32, recebeu a graça do presidente Abdel Fattah al-Sisi, após intervenção da diplomacia italiana.
Segundo informações obtidas pela ANSA com fontes qualificadas, o egípcio recusou o voo especial que havia sido disponibilizado pelo governo italiano e viajará para Milão neste sábado (22) com um avião de linha.
No entanto, em uma publicação no Twitter, Zaki disse que resolveu adiar a viagem à Itália devido à falta de documentação.
"Houve uma pequena mudança nos planos, pois soubemos que os documentos oficiais para suspender a proibição de viagens serão finalizados ao meio-dia de domingo", escreveu ele.
De acordo com Zaki, sua viagem só acontecerá "depois disso para garantir que minha situação legal esteja 100% clara". "Não se preocupe Bolonha, chego em alguns dias, só temos que esperar mais dois dias", concluiu.
Zaki também não teria intenção de se encontrar com autoridades italianas em Roma. "A reputação de defensores dos direitos humanos se baseia em sua independência dos governos. Agradecem e apreciam quando fazem coisas por eles, e Zaki agradeceu repetidamente ao governo e à embaixada", disse o porta-voz da ONG Anistia Internacional na Itália, Riccardo Noury.
"Decidir viajar em um voo de linha não é um gesto de oposição política, mas sim um gesto de independência", acrescentou. Ainda assim, o jornal Libero, de orientação conservadora, estampou uma manchete chamando Zaki de "ingrato".
O ativista chegou a ficar um ano e 10 meses preso entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2021, enquanto aguardava o processo, e teria de cumprir ainda mais 14 meses de reclusão. (ANSA)
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