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Países da África Ocidental marcam cúpula especial sobre Níger

Junta militar golpista ignorou ultimato para devolver o poder

Redazione Ansa

(ANSA) - Líderes dos países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) vão realizar uma "cúpula extraordinária" para tratar sobre a crise no Níger, na quinta-feira (10), em Abuja, capital da Nigéria.

Fontes oficiais confirmaram a realização da nova reunião um dia após o fim do prazo dado pelo bloco para que os golpistas nigerinos devolvessem o cargo ao presidente deposto Mohamed Bazoum.

Em resposta ao ultimato, a junta militar que assumiu o poder anunciou o fechamento do espaço aéreo a partir do último domingo (6) e prometeu "uma resposta enérgica e imediata para qualquer tentativa de violação".

A representante da União Europeia no Sahel (cinturão ao sul do deserto do Saara), Emanuela Del Re, manifestou apoio aos países da Cedeao.

"Continuamos monitorando a situação no Níger. Estamos em contato com todos os parceiros para procurar uma solução diplomática que restabeleça a ordem constitucional", disse a socióloga e política italiana.

Mais cedo, um militar de alta patente de um dos Estados-membros da Cedeao declarou reservadamente ao Wall Street Journal que o bloco "não está suficientemente pronto para usar forças militares no Níger".

"Por enquanto precisamos aumentar a força de nossas unidades, antes de decidir algum envolvimento em uma ação militar. O sucesso de qualquer ofensiva depende de uma boa preparação", declarou a fonte.

Por outro lado, representantes oficiais do Mali e de Burkina Fasso, países que apoiaram a junta militar, anunciaram que farão uma viagem à capital nigerina Niamei para "prestar solidariedade" aos golpistas.

A comunidade internacional segue repercutindo a situação no país: o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse em nota que está "preocupado com a prisão do presidente Bazoum" e reforçou "o pleno apoio aos esforços de mediação".

Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que acredita na "via diplomática": "Devemos evitar uma nova guerra no continente africano. Precisamos de estabilidade, paz. A Itália obviamente é favorável à democracia no Níger, mas não podemos sequer pensar em uma intervenção militar italiana ou europeia". (ANSA).
   

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