(ANSA) - A Rússia anunciou nesta quarta-feira (23) que 10 pessoas morreram, inclusive o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, na queda de avião entre Moscou e São Petersburgo.
As informações foram confirmadas pela Rosaviatsia, agência federal de transporte aéreo russo, citada pela imprensa local.
Segundo os serviços de emergência russos, o acidente na região de Tver, no norte de Moscou, não deixou sobreviventes. Ao todo, havia sete passageiros e três funcionários a bordo, sendo que todos os corpos já foram recuperados.
Em publicação no canal do Telegram próximo ao grupo, "Gray Zone", foi divulgado que o jato executivo Embrar Legacy 600, com matrícula RA-02795, que pertencia a Prigozhin, foi abatido pela defesa aérea do ministério da Defesa da Rússia".
Prigozhin era o líder do Grupo Wagner, organização paramilitar, que vinha participando da invasão russa à Ucrânia, mas rompeu com o regime de Vladimir Putin. Em junho passado, a milícia iniciou uma revolta, reivindicou o controle da cidade de Rostov e anunciou que marcharia em direção a Moscou.
A iniciativa foi classificada pelos russos como um "motim armado" e "rebelião", enquanto o grupo alega que não tinha a intenção de derrubar Putin, mas apenas "protestar". Desde então, o paradeiro de Prigozhin era desconhecido.
Após a confirmação da morte, a sede do Grupo Wagner em São Petersburgo exibiu uma cruz formada pelas luzes acesas dos escritórios para simbolizar o luto, de acordo com as imagens que circularam em diversas mídias russas.
Reações
A Casa Branca disse que a possível morte de Prigozhin “não seria uma surpresa”.
Já o conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, afirmou que “vale a pena esperar que o nevoeiro se dissolva”, mas “é óbvio que [Vladimir] Putin não perdoa ninguém”.
"Ele esperou. É óbvio que Prigozhin assinou uma sentença de morte especial para si mesmo no momento em que acreditou nas garantias bizarras de Lukashenko e na palavra de honra igualmente absurda de Putin. A eliminação demonstrativa de Prigozhin e do comando de Wagner dois meses após a tentativa de golpe é culpa de Putin. Um sinal às elites russas antes das eleições de 2024. Aviso! Deslealdade é igual a morte”, escreveu no Twitter. (ANSA).