(ANSA) - A mãe de uma das meninas vítimas de estupro coletivo em Caivano, no sul da Itália, se pronunciou pela primeira vez sobre o caso neste sábado (26): "Neste momento só quero duas coisas: que minha filha volte para mim, porque não suporto sua ausência. E justiça: quem fez todo esse mal deve pagar e não ficar impune".
As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Messaggero após a repercussão do caso. As duas vítimas, que são primas, foram afastadas do bairro Parco Verde, na periferia da cidade, e levadas para um lar de acolhimento.
"Tenho certeza de que ela está pior que eu e me dá vontade de morrer, quero ela de volta perto de mim. Mesmo sabendo os riscos que se corre vivendo aqui, neste ambiente, jamais poderia imaginar que isso iria acontecer, que se chegaria a tanto", declarou.
A mulher garantiu que não teve culpa: "Da minha parte nunca faltou atenção, sempre verifiquei suas amizades e até o jeito de se vestir quando saía. Devem todos ser punidos. Uma coisa é certa: não consigo mais suportar a ideia de viver aqui. Aqui há um inferno, é preciso muita luz. Sempre confiamos nas instituições, mas aqui a política sempre esteve ausente".
Aos abusadores, enviou a mensagem: "Se olhem no espelho e percebam o quanto são nojentos e covardes. Não sei como perdoar.
Não consigo nem pensar neste momento".
Também neste sábado (26) vieram à tona novos detalhes sobre a investigação e os envolvidos: segundo a polícia, as duas meninas, que inicialmente foram apontadas como tendo 13 anos de idade, têm na verdade 10 e 12 anos.
Já o grupo de abusadores, que teria seis integrantes, na verdade era composto ao menos dez, a grande maioria de menores de idade.
Os investigadores agora analisam telefones celulares que foram apreendidos em busca de imagens dos crimes.
Além de um caso de estupro em um galpão abandonado ocorrido em julho, que foi denunciado pela família, teria ocorrido uma série de violências ao longo de meses.
A justiça italiana também determinou que as menores recebam apoio de um curador e consultores, incluindo um psicólogo, para avaliar a possibilidade de reintegração das crianças aos núcleos familiares.
"Todos os jovens e até os adultos daquele contexto degradado deveriam passar por cuidados psicológicos. O caos daquele lugar é evidente há anos. Uma degradação que segue impunemente, com todos os tipos de prostituição, inclusive de menores", declarou Angelo Pisani, advogado da família de uma das crianças. (ANSA).