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Cineastas acusados de abusos são alvo de protesto em Veneza

Woody Allen, Roman Polanski e Luc Besson foram citados

Protesto pediu que Festival 'apague refletores sobre estupradores'

Redazione Ansa

(ANSA) - O tapete vermelho da 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza foi palco de um chamativo protesto feminista nesta segunda-feira (4), contra a presença de cineastas com envolvimento apontado em casos de violência sexual.

O grupo se posicionou durante a chegada da equipe de "Coup de chance", de Woody Allen, que foi ao Palácio do Cinema, na ilha do Lido, acompanhado da mulher, Soon-Yi Previn.

"Apaguem os refletores sobre os estupradores", gritaram as mulheres participantes, a maioria com os seios expostos, acompanhadas de alguns homens.

Os manifestantes também distribuíram um panfleto destacando as presenças de três protagonistas de escândalos e investigações por casos de abusos: além de Woody Allen, também Roman Polanski e Luc Besson.

"Neste ano o Festival de Veneza escolheu dar espaço a diretores envolvidos em casos de violências sexuais contra mulheres, inclusive menores. As desculpas, encampadas pelo diretor da Mostra, Alberto Barbera, seguem o velho copião da distinção entre homem, responsável perante a lei, e artista, cuja genialidade não pode ser julgada porque é superior e livre da responsabilidade", diz o texto.

"Vocês nunca colocariam no tapete vermelho quem agiu, só para citar os casos mais recentes, nos estupros coletivos em Palermo, Caivano e Milão", acrescenta o panfleto, escrito em italiano e inglês.

"A Bienal escolhe não se interessar pela questão, mas nós sabemos que os espaços para falar de violência de gênero são todos, porque ocorre em todos. Denunciamos hoje a conduta de lugares como o Festival de Veneza, que deveriam veicular a cultura do consenso, do respeito e de acreditar em quem sofre violência, mas que escolhem legitimar a cultura do estupro", conclui o texto. (ANSA).
   

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