(ANSA) - As autoridades italianas deflagraram nesta terça-feira (5) uma vasta operação na cidade de Caivano, na província de Nápoles, que se tornou foco das atenções na Itália após um estupro coletivo contra duas primas de 10 e 12 anos de idade.
Trata-se de uma operação de "alto impacto" que, pela primeira vez, está sendo realizada simultaneamente por mais de 400 policiais e carabineiros, cães antidrogas e um helicóptero nas buscas e identificações de pessoas e veículos suspeitos em uma área conhecida pelo tráfico de drogas controlado pelo grupo mafioso Camorra.
Até o momento, a polícia apreendeu 30 mil euros em um envelope, cuja suspeita é de que seja lucro de atividades ilegais, e outras quantias de dinheiro até 44 mil euros, segundo comunicado.
Os agentes também realizaram a revista de um apartamento abandonado usado com ponto de tráfico de drogas e encontraram um coquetel molotov, 150 balas, incluindo projéteis para uma submetralhadora AK47 e de guerra, e material para embalagens de entorpecentes.
Além disso, a operação também é destinada a fazer controles para verificar o cumprimento das regras do código de trânsito e das condições ambientais e higiênico-sanitárias dos diversos edifícios, também com o auxílio da Polícia Metropolitana.
Durante a blitz, alguns animais, incluindo esquilos, mantidos ilegalmente em jaulas em residências particulares foram descobertos por agentes da polícia metropolitana, especializada na repressão de crimes contra animais e fauna silvestre. Mais de 50 gaiolas com ovos de aves exóticas também foram encontradas. Os proprietários foram denunciados por detenção ilegal e maus-tratos.
Após a operação, o ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, afirmou que "o governo Meloni está determinado a reafirmar a segurança e a legalidade em todo o território nacional, começando pelas áreas que sofrem há muito tempo".
Segundo ele, nos próximos dias uma nova operação afetará "outros contextos problemáticos para que não haja zonas francas", porque o "Estado está trabalhando para restaurar a segurança em todas as periferias do país".
Nas últimas semanas, a região foi alvo das atenções do país após um grupo de seis adolescentes estuprarem duas menores no Parque Verde de Caivano, um conjunto habitacional nos arredores de Nápoles e que nos últimos anos se caracterizou pela presença do crime organizado e pela violência.
Na quinta-feira passada, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, se deslocou ao local, após ter sido alvo de ameaças de morte nas redes sociais, e reconheceu que o "fracasso do Estado foi consumado" na região. Na ocasião, ela garantiu que "os frutos" da visita seriam vistos em breve.
"Hoje começou a operação de recuperação do Parque Verde do Caivano. A vasta operação que começou esta manhã - pela qual agradeço a todas as forças policiais envolvidas - é apenas o início deste longo caminho que o governo se comprometeu a realizar para restaurar a legalidade e a segurança e fazer com que a presença do Estado seja forte para os cidadãos, e assim lançar as bases para a reconstrução social e o renascimento do território", escreveu Meloni no X, antigo Twitter. (ANSA).