(ANSA) - Diante do agravamento de seu estado de saúde, o líder mafioso Matteo Messina Denaro, que está internado há pouco mais de um mês em um hospital de L'Aquila, no centro da Itália, não deve retornar para a prisão de segurança máxima.
O poderoso chefe da Cosa Nostra, que luta contra um câncer no cólon, está na ala para detentos do Hospital San Salvatore e sua alta médica não está prevista na agenda dos profissionais de saúde e dos agentes penitenciários.
No último dia 8 de agosto, ele passou por uma cirurgia de desobstrução intestinal, mas viu suas condições piorarem por causa do avanço de um tumor agressivo no cólon.
Além disso, teria entrado em coma devido à reação dos medicamentos administrados para o tratamento da dor, mas se recuperou depois da alteração das doses.
Este é considerado um momento delicado para Messina Denaro, que cumpria pena de prisão perpétua desde janeiro, quando foi capturado após quase 30 anos foragido.
De acordo com apuração, a sobrinha e advogada do mafioso, Lorenza Guttadaurio, e sua filha Lorenza Alagna, recentemente reconhecida, foram até o centro médico para uma visita, tendo em vista o estado terminal. No entanto, Messina Denaro, teria se recusado a receber a filha devido ao agravamento de seu estado de saúde.
Hoje, inclusive, a filha do mafioso anunciou ter conseguido alterar seu sobrenome para utilizar o do seu pai. Agora, ela, que foi registrada apenas com o sobrenome de sua mãe, Francesca, em 17 de dezembro de 1996, passará a ser chamada Lorenza Messina Denaro.
A decisão foi divulgada pelo jornal Corriere della Sera e ressalta que a mulher de 27 anos, que se tornou mãe de uma criança de dois anos, entra oficialmente na família do mafioso.
Messina Denaro estava foragido desde 1993 e era tido como o "chefe dos chefes" da máfia siciliana, mas foi capturado em janeiro passado, em um hospital privado de Palermo onde faria quimioterapia.
Ele era o criminoso mais procurado da Itália e vivia em um covil na pequena cidade de Campobello di Mazara, na Sicília. Já na cadeia, o criminoso era submetido ao regime conhecido como "41 bis", que prevê isolamento total e ininterrupto. (ANSA).