Último momento

Alemanha rompe cooperação com Itália sobre refugiados

Berlim acusa Roma de não fazer sua parte no acordo

Transferência de migrantes em Lampedusa, sul da Itália

Redazione Ansa

(ANSA) - A Alemanha suspendeu o programa de realocação voluntária de solicitantes de refúgio que chegam à União Europeia através da Itália, país que enfrenta uma piora da crise migratória no Mar Mediterrâneo Central.

O chamado "mecanismo voluntário de solidariedade" foi estabelecido em 2022 e prevê o acolhimento pela Alemanha de solicitantes de refúgio desembarcados na Itália. Em troca, Roma se comprometia a receber de volta migrantes forçados que pediram refúgio em solo alemão, mesmo tendo entrado na UE pelo território italiano.

No entanto, a Alemanha suspendeu o protocolo sob a acusação de que a Itália não está mais fazendo sua parte no acordo "há algum tempo". "Assim que isso mudar, poderemos prosseguir com as transferências no âmbito do mecanismo de solidariedade", disse um porta-voz do Ministério do Interior alemão nesta quarta-feira (13).

Segundo ele, a Alemanha pediu a transferência de mais de 12 mil solicitantes de refúgio entre janeiro e o fim de agosto, mas foram efetuadas apenas 10.

De acordo com o Regulamento de Dublin, que orienta as políticas de asilo na UE, a análise de um pedido de refúgio deve ser feita pelo país de entrada do deslocado internacional no bloco, mas esse sistema é considerado ultrapassado por boa parte dos Estados-membros, que tentam negociar uma reforma no tratado.

A Alemanha ainda diz que, desde 2022, acolheu voluntariamente 1.043 solicitantes de refúgio que entraram na UE pela Itália, dos cerca de 3 mil que estavam previstos.

Segundo o Ministério do Interior italiano, o país recebeu 124 mil migrantes forçados via Mediterrâneo desde o início do ano, quase o dobro da cifra registrada no mesmo período de 2022. A ilha de Lampedusa, que fica a menos de 100 quilômetros da costa da África, registrou o desembarque de cerca de 7 mil deslocados internacionais somente desde a última terça (12).

A maioria desses migrantes forçados, no entanto, não deseja ficar na Itália e tenta seguir viagem rumo a países do norte da UE, como a Alemanha. (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it