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Ministro francês visitará Itália, mas recusa acolher migrantes

Redazione Ansa

(ANSA) - O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, anunciou nesta segunda-feira (18) que visitará a Itália para discutir a atual crise migratória, mas reforçou que seu país não acolherá alguns dos migrantes que chegaram recentemente na ilha de Lampedusa.

"Não, a França não está preparada para fazer isso, a França quer ajudar a Itália a controlar as suas fronteiras para impedir a vinda de pessoas", declarou ele em entrevista a rádio Europe 1.

Darmanin visitará Roma hoje à tarde para discutir a cooperação europeia relativamente ao afluxo de migrantes na ilha italiana, a pedido do presidente francês, Emmanuel Macron, na tentativa de "ajudar a Itália a manter o controle de sua fronteira externa".

Apesar de não acolher os migrantes, o governo francês quer "proteger as fronteiras externas da União Europeia e, acima de tudo, examinar imediatamente os pedidos de asilo".

"Quando as condições não forem adequadas, envie [os migrantes] de volta ao seu país", defendeu o ministro, reforçando que "seria um erro de julgamento considerar que os migrantes, desde que chegam à Europa, devem ser imediatamente distribuídos por toda a Europa e para a França, que desempenha, em grande parte, o seu papel".

A ilha de Lampedusa, com 6 mil habitantes, enfrenta uma crise humanitária que se intensificou na última semana, com a chegada de mais de 7 mil migrantes em apenas 48 horas. Os desembarques levaram a região decretar estado de emergência e a União Europeia apresentar um plano de apoio.

Entre outras coisas, o projeto prevê patrulhamento e luta contra traficantes de migrantes, a criação de corredores humanitários para gerar alternativas reais às chegadas ilegais, além de reforço para transferir migrantes de Lampedusa a outros destinos, instando países-membros a ativar o mecanismo voluntário de solidariedade para acolhê-los.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, afirmou que apoia a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de expandir a vigilância aérea e naval das fronteiras externas da UE.

"Não podemos fazer mais nada, senão não teremos a situação migratória sob o nosso controle", declarou a alemã, comentando um dos 10 pontos do plano de ação da UE.

Ao todo, o centro de acolhimento da ilha de Lampedusa, que tem capacidade para 350 pessoas, está superlotado e abriga atualmente cerca de 1,3 mil migrantes.

Hoje, inclusive, as transferências programadas para esvaziar a estrutura foram, de fato, canceladas porque a zona de trânsito do Porto Empedocle está lotada. Os migrantes que acabam de desembarcar no cais de Favarolo continuam a chegar ao centro do bairro de Imbriacola.

Pelo menos 100 pessoas já conseguiram sair do local, mas ainda há preocupação devido à indisponibilidade de linhas de ônibus privados para fazer os deslocamentos para o norte da Itália, o que agrava a situação de superlotação. (ANSA).
   

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