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Corpo de mafioso Matteo Messina Denaro é sepultado na Itália

Cemitério de Castelvetrano foi fechado pela polícia para cerimônia

Redazione Ansa

(ANSA) - O corpo do líder mafioso Matteo Messina Denaro, chefe da Cosa Nostra que passou quase 30 anos foragido e morreu em decorrência de um câncer no cólon, foi sepultado nesta quarta-feira (27) em um cemitério na sua cidade natal, Castelvetrano, na Sicília.

A cerimônia, que contou com um forte esquema de segurança, reuniu diversos familiares do criminoso, incluindo sua filha Lorenza, reconhecida recentemente, suas irmãs Bice e Giovanna, seu irmão Salvatore, e sua sobrinha e também advogada Lorenza Guttadauro.

Vincenzo Panicola, marido de Patrizia Messina Denaro, que está presa junto com sua irmã Rosália, e alguns sobrinhos do mafioso também estiveram presentes no enterro.

Fotógrafos e jornalistas se aglomeraram em frente ao cemitério, mas foram mantidos à distância pela polícia, que fechou todas as entradas e isolou todo o perímetro do local. O carro funerário, inclusive, precisou optar por um percurso diferente do tradicional e foi escoltado pelas autoridades italianas.

Após o enterro, a capela da família foi trancada novamente e nenhum buquê de flores foi colocado no túmulo de Messina Denaro. A cerimônia ocorreu sem a presença de sacerdotes, já que a Igreja veta funerais religiosos aos mafiosos e, de qualquer forma, Denaro já havia deixado escrito que não queria.

Entretanto, ontem, três freiras foram até o necrotério do hospital de L'Aquila para rezar diante do corpo do mafioso, mas foram barradas pela polícia.

"Sabemos muito bem quem ele foi e os crimes que cometeu, mas ainda é um filho de Deus. Foi-lhe negado um funeral religioso, tudo bem. Mas lembre-se que toda alma tem o direito de ser salva", lamentaram as irmãs ao jornal Corriere della Sera.

A expectativa é de que uma missa seja celebrada para o mafioso na igreja de Casalnuovo, em Nápoles, apesar de a homenagem ser alvo de críticas, principalmente por parte da Comissão Parlamentar Antimáfia, que classificou como uma "atitude horrível".

O líder mafioso, que passou quase 30 anos foragido, morreu aos 61 anos de idade em um hospital de L'Aquila, no centro da Itália, no último dia 25 de setembro, no horário local.

Messina Denaro enfrentava um tumor no cólon havia três anos e estava internado desde agosto, cercado por um forte esquema de segurança. Na última sexta (22), os médicos declararam que ele havia entrado em coma irreversível.

O "padrino" passou por quatro cirurgias e diversos ciclos de quimioterapia desde 2020, inclusive quando ainda estava foragido. Em janeiro passado, foi preso em um hospital privado de Palermo, na Sicília, onde fazia tratamento sob uma identidade falsa.

O mafioso foi condenado por seu envolvimento em dezenas de assassinatos, incluindo os atentados à bomba da Cosa Nostra em 1992, que mataram os juízes italianos antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.

Além dos assassinatos de Falcone e Borsellino, ele foi condenado pela brutal morte de Giuseppe Di Matteo, filho de 12 anos de um mafioso que se tornou testemunha do Estado e foi estrangulado e dissolvido em ácido em 1996, e pelos atentados a bomba em instalações de arte e locais religiosos em Milão, Florença e Roma que mataram 10 pessoas e feriram mais 40 em 1993. (ANSA).
   

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