(ANSA) - Médicos e investigadores tiveram que enfrentar um trabalho difícil e triste nos necrotérios dos hospitais para dar nomes a todas as 21 vítimas do desastre de Mestre, em Veneza.
Um dia após a queda de um ônibus sobre binários de ferrovia, a prefeitura de Veneza anunciou nesta quarta-feira (4) que todos os corpos foram identificados.
"Estamos diante de um massacre de jovens", disseram imediatamente ontem à noite (3), sob o viaduto de Vempa, os socorristas que retiraram os corpos, carbonizados ou dilacerados, do ônibus que caiu de 10 metros, pegando fogo ao atingir o solo.
Entre as vítimas, o motorista de 40 anos era o único italiano. Colegas de trabalho lamentaram a morte e disseram que ele era um condutor especialista, e trabalhava com ônibus há sete anos.
Os passageiros eram todos estrangeiros, incluindo muitos jovens.
A vítima mais nova é uma criança de apenas um ano e meio, seguida de outra com idade entre 11 e 12 anos.
Há também duas jovens mulheres, uma de 28 e uma de 30 anos.
Das 21 vítimas, nove são de nacionalidade ucraniana, além de quatro romenos, três alemães, dois portugueses, um croata e um sul-africano.
Entre os feridos estão dois irmãos, de três e 13 anos de idade. A mãe deles, austríaca, estaria entre os mortos.
Até o momento, a lista de vítimas não foi divulgada.
"Dar uma identidade às vítimas é difícil. Muitos não tinham documentos. Há familiares procurando entes na cidade, mas é difícil dar nomes com certeza.
Confiei essa tarefa à medicina legal e à polícia científica, para que, se necessário, recorramos ao exame de DNA", disse o chefe do Ministério Público de Veneza, Bruno Cherchi.
Casal em lua de mel
Uma das vítimas, uma jovem croata, estava em lua de mel com o marido.
Segundo o veículo de imprensa croata Vecernji List, o casamento foi no dia 10 de setembro e a mulher estava grávida de seis meses.
O marido, também croata, está internado e suas condições de saúde não foram divulgadas.
Os dois jovens noivos estavam hospedados no camping Hu, em Marghera, responsável pelo aluguel do ônibus.
Investigação
Até o momento, o inquérito que investiga o caso trabalha com duas hipóteses principais: ou uma simples manobra problemática, que acabou mal por haver outro ônibus ao lado e pelo mau estado do guarda-corpo; ou um mal súbito do motorista.
"No momento não há investigados. O guarda-corpo, a área da queda e o veículo em si estão isolados por enquanto", disse Bruno Cherchi. Também foi apreendido o tacógrafo do veículo, uma espécie de "caixa preta" dos ônibus. (ANSA).