(ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quarta-feira (11) que a guerra deflagrada pela Rússia desde fevereiro de 2022 contra seu país está na fase final e mais difícil.
Em entrevista à TV romena Digi24, o líder ucraniano afirmou que o conflito está perto do fim, o que poderá ser mais difícil. No entanto, também é difícil prever o fim das hostilidades.
"É a última parte da guerra. Não é o centro dela. O primeiro período foi a ocupação, seguida de parar o avanço e tomar a iniciativa. Acho que estamos na última parte. Os medos que temos são muitos: dinheiro, armas, mas estamos na última parte, a mais difícil", acrescentou ele.
Apesar da declaração, Zelensky admitiu que não pode dizer a data exata do encerramento da ofensiva. "Acho que ninguém [pode], talvez apenas [Donald] Trump, um dia", ironizou.
Hoje, o presidente ucraniano realizou sua primeira visita a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, e ressaltou que "vai ser um desafio sobreviver ao próximo inverno no país" em meio a guerra.
"A nossa prioridade é ter um sistema de defesa aérea. Precisamos dele em pontos muito específicos do nosso território. Precisamos dele para afugentar os russos do nosso território. Estou aqui para preparar a resiliência da Ucrânia para o inverno", declarou ele, ao lado do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
Zelensky enfatizou a necessidade de discutir as prioridades com os países-membros da aliança. "Há necessidades concretas e precisamos de responder a elas em pontos concretos do nosso território", acrescentou.
Além disso, reforçou que Kiev precisa de sistemas de defesa aérea, mas também "meios de artilharia e munições".
"Estamos em guerra e entendemos o que significa ter ataques terroristas. Lembro-me dos primeiros dias da nossa guerra em grande escala que começou com ataques terroristas na Belarus. Se posso dar uma recomendação para os líderes do Ocidente, é que não façam a população israelense se sentir sozinha. Não estou falando de apoio às instituições, mas às pessoas que sofreram os ataques", alertou.
Por sua vez, o secretário da Otan enfatizou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "está novamente se preparando para usar o inverno como arma de guerra, atacando a infraestrutura energética da Ucrânia".
Stoltenberg, que lidera a reunião dos ministros da defesa da Aliança, garantiu que está "ao lado da Ucrânia", porque "é importante" para toda a aliança. "Hoje haverá o Grupo de Contato e mobilizaremos mais apoios para Kiev".
"A batalha da Ucrânia é nossa e iremos ajudá-los enquanto for necessário", acrescentou ele, revelando que durante a reunião também está em pauta o que aconteceu ao gasoduto no Mar Báltico.
De acordo com Stoltenberg, "se for demonstrado que houve um ato hostil contra uma infraestrutura da Otan, será um assunto muito sério e a resposta será forte e determinada". (ANSA).